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A Taça de Portugal … Lá em cima

No passado dia 23 do corrente [Setembro 2021] o cantor Nuno Barroso (filho de Pedro Barroso) esteve presente em «O Preço Certo», conduzido (naturalmente) por Fernando Mendes. O músico “cantou versos” como: «Lágrimas de sal em português / Marinheiros de alto-mar / Vou lançar velas ao vento» No final ouviu do apresentador: «E o teu paizinho, que está lá em cima, está orgulhoso também».

Passaram alguns anos sobre um acontecimento funesto. Um marido termina a sua vida na Terra, deixando sem a sua companhia a esposa e dois filhos. A dor é naturalmente difícil de suportar; ela vai abaixo psicologicamente, chega a descuidar um pouco a sua apresentação. Mas os filhos tentam dar-lhe todo o apoio possível. Num momento em que ela se sentiu mais deprimida, um dos rapazes disse-lhe: «Então? Toma cuidado, tens de arribar! Olha, que lá de cima ele vê tudo!».

É meio da tarde de sábado passado [25/09/2021]. Mais ou menos descontraído, folheio o DM. Numa página do Desporto leio: “Taça de Portugal – 2.ª Eliminatória. Olho para a notícia; de repente leio: «14h00: U. Coimbra – Graciosa». Num ápice (já tinham passado umas três horas do final do jogo) liguei a net, abri o google e apus-lhe o jogo: «União Coimbra – 2 <> Graciosa – 1». Senti-me feliz e contente pelo meu pai, um unionista dos sete costados, que nos deixou nos primeiros dias de 1999. E pensei: “Será que lá onde ele está tem conhecimento do que acontece cá na Terra?” São golos de mais para a minha baliza! “Herdei” dele a simpatia pelo seu clube. “Substituo-o”. E dou o seu clube a conhecer ao seu bisneto mais velho. Só digo ao jovem para não se deixar apanhar por uma “unionite aguda”.

Em “entre-meio” do escrito, ponho a nota de que Perrichon jogou pelo União de Coimbra na época de 1972/73. Foi a única presença do clube na 1.ª divisão; esteve “de passagem”, pois desceu logo à 2ª divisão. E o jogador argentino ingressou de novo no SC Braga.

Filho de um “futrica” (i. e., não estuidante) unionista tolerante, eu desde sempre torci pela Académica. Íamos juntos ver jogos de um ou de outro. Estão os dois clubes na 2ª divisão em 1983-84. Joga-se no Municipal de Coimbra um União – CAC. Em caso de vitória, a equipa dos estudantes sobe à 1ª divisão. Resultado: União – 1 – CAC – 3. (Nota: o Clube Académico de Coimbra ocupou o lugar da AAC entre 1974 e 1984).

Estádio Nacional, no Jamor. SC Braga e Vitória de Setúbal estão empatados a zero. Falta menos de um quarto de hora para o final. Aos 77 minutos, o bracarense Perrichon supera os adversários e remata certeiro. Mais do que um golo, o avançado argentino consegue cunhar o nome dos minhotos na História perante uma equipa que jogava como detentor da Taça de Portugal, ficara em quinto lugar no campeonato. O SC Braga uniu esforços e vontades, cerrou os dentes e agarrou-se à vantagem. Um dos últimos lances ofensivos do Vitória de Setúbal terminou nas mãos de Armando, titular indiscutível da baliza bracarense. [ComUm]

Em Portugal, Perrichon alinhou no Boavista (1964/65 e 1971/72), no Braga (1965/67), no União de Coimbra (1972/73), de novo no Braga (1973/74).


Autor: Bernardino Luís Castanheira Rodrigues Costa
DM

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3 outubro 2021