Termina em 31 de Agosto próximo, o Contrato de Gestão de uma Parceria Público-Privada do Grupo José de Mello Saúde (JMS), no Hospital de Braga, encontrando-se a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), em conjunto com o Ministério da Saúde (MS) e a JMS, a uniformizar o melhor caminho no processo de reversão para a gestão pública até à conclusão do novo concurso público do apuramento do novo vencedor que irá “governar” a Instituição de Saúde pública bracarense.
Notícias vindas a público sustentam a ideia de que o actual grupo gestor do Hospital de Braga não aceita continuar a desempenhar a sua continuidade no período transitório pelo menos durante anos, justificando o seu desacordo por não ter condições financeiras para manter as despesas com os doentes de Hepatite C, Esclerose Múltipla e HIV, tudo isto implicando um montante de 10 milhões de euros.
Ora, esta troca de “galhardetes” entre as partes envolvidas tem gerado confusão na comunidade de utentes que afluem ao Hospital das “Sete Fontes”, alguma apreensão nos profissionais daquela instituição hospitalar e, como sempre, o “folclore populista” politicamente à esquerda e à direita num ano eleitoral resumido e renhido à caça ao voto.
Em síntese, o “bicho papão” ainda não foi erradicado das mentes desinformadas. Isto é, para uns a entrada da gestão privada no Hospital de Braga, no imaginário, é ameaçadora, mete medo…
Do conhecimento de todos, a entrada em 2009 do Grupo José de Mello Saúde, não foi pacífica e coesa. Infelizmente, não souberam lidar em boa paz com uma transição de recursos humanos do Quadro do ex-Hospital de São Marcos, com serenidade e justa transparência.
A vinda da JMS foi ensombrada com a sua relação com um final “litigioso”, enquanto gestor no Hospital Fernando Fonseca (Setúbal), induzindo um “bicho papão” aos trabalhadores do sector público, o impacto negativo e “turbulento” da cessação da gestão pública do ex-Hospital de São Marcos, alguns dos quais, com o tempo de serviço completo desde que o Estado assumiu a posse administrativa desta unidade hospitalar, que até ao dia 25 de Abril de 1974, era administrado pela Santa Casa da Misericórdia de Braga.
Também à gestão pública, salvo excepções, não escapa o “bicho papão”. Nesta sequência, recordemos o último agitado Conselho de Administração (CA) do ex-Hospital de São Marcos num período controverso, instável, crítico e demasiado cinzento para os desalinhados.
Acabemos com a síndrome imaginária do “bicho papão”, seja ela de natureza de gestão privada ou pública. O que importa, literalmente, é a continuidade da excelência clínica e a qualidade assistencial do Hospital de Braga aos utentes do seu distrito, concelho, região do Minho e território nacional.
Deixemos que os trâmites da nova PPP ou se a vontade for gestão pública tenha um percurso de franca harmonia processual, calma e tranquila, sem jogos astuciosos e desonestos individual ou colectivamente, que em nada contribuem para o equilíbrio e a imperativa paz interior nos cidadãos e bem-estar na prestação nos serviços optimizados com a dedicação reconhecida aos profissionais de saúde.
Autor: Albino Gonçalves
A síndrome do “bicho papão”…

DM
14 janeiro 2019