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A ressurreição de Cristo e as mulheres

Tudo isto era prenúncio fagueiro duma festa incomensurável que havia de espalhar-se por toda a terra e vencer séculos até ao fim da existência humana terrena.

Na verdade, o que veio a seguir – a Ressurreição do Salvador – jamais havia de parar como grande motor das alegrias humanas e sobrenaturais e fonte de esperança e paz.

A Ressurreição de Cristo é, com efeito, o fundamento da verdadeira alegria e da esperança da humanidade redimida. Todos os fulgores e irradiações de qualquer ato festivo se confundem e aniquilam diante dos que gera este facto histórico único, perene e universal.

Com Cristo renasce toda a natureza e se enche de vida. Após o desgaste e morte do inverno, brota com nova pujança e novas forças. São plantas, homens e animais que desafiam o poder da morte e se apresentam cheios de vigor e vida.

Mas o facto de a Ressurreição de Cristo se transformar na grande notícia que ecoou através do universo e dos tempos por meio de mulheres, deve levar-nos a refletir no papel ponderoso que a mulher exerce na família, na igreja e na sociedade.

A nível da religião, o elemento feminino é o mais visível e ativo na promoção do adorno das nossas igrejas nas flores que nos sorriem e falam da beleza do Criador e nas limpezas das mesmas. São elas que honram a memória dos falecidos adornando semanalmente as suas campas.

É importante o trabalho desenvolvido junto dos mais novos através da catequese ou de associações para jovens. E nas festas que se realizam a sua acção é outrossim assaz importante.

Determinados homens históricos reconheceram a importância da intervenção feminina nas pequenas e grandes causas. Sirvam de exemplo os seguintes: João Vasquez de Mella afirmava: “No humano, uma causa que tenha o apoio da mulher triunfará sempre; quando a mulher estiver divorciada dessa causa, essa causa sucumbirá”. O mesmo orador afirmava: “O trato com as mulheres refina o homem; o trato dos homens embrutece”.

Lenine afirmava: “Sem as mulheres é impossível arrastar as massas em política”.

Bebel: “Na luta social dos nossos dias, vencerá quem tiver por si e por seu lado a mulher”.

Ao celebrarmos mais uma Páscoa do Senhor, é bom vivermos sadiamente o feliz slogan aleluia, ressurrexit e termos presente o que Salomão deixou exarado no Eclesiastes: “Em todo o tempo, sejam brancas as tuas vestes e não te falte o perfume na cabeça. Goza a vida com a esposa que amas durante os dias da tua breve existência, que Deus te concede debaixo do sol” (9,8).

Acrescento o poema que redigi para esta Páscoa:

 

Ressurrexit! Surgiu o Salvador!

Para fora deitou as ligaduras.

À volta sua se fez esplendor

Que enterrou todas as velhas agruras.

 

Nunca mais a luta e a confusão,

Tiranias, ódios e malquerenças:

Cristo a todos dá o seu perdão

E chama para as suas complacências.

 

Vibre pelos ares um novo canto,

Novos hinos fervorosos ressoem,

Haja rostos felizes, com amor,

 

Crianças e brincar com seu encanto,

Os foguetes por todo o lado entoem:

Aleluia, vitória ao Salvador!

 

Autor: Manuel Fonseca
DM

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22 abril 2017