Em relação aos microfones, Monsenhor Guerra respondeu ao enviado que ninguém estranho mexeria neles. Em relação ao hospital, Monsenhor respondeu-lhe que se o ocupassem, no dia 13 anunciava alto e bom som que não tinha onde meter os doentes, porque o ocuparam. “Se depois tiverem de saltar pelas janelas, isso é convosco”. Deu resultado…
Em relação ao ouro, que era bastante, resolveram enterrá-lo em três caixas. Só o levantaram quando já não havia perigo de ser assaltado. E serviu para ajudar a construção da Basílica da Santíssima Trindade.
Monsenhor Luciano referiu-se às visitas do falecido Papa João Paulo II, que foram três e também às ofertas do mesmo. E confessou que o que mais o marcou foi uma oferta que aconteceu no Vaticano quando a imagem de Nossa Senhora de Fátima foi transportada lá para a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, no ano de 1984. No dia seguinte à consagração, estando presentes Monsenhor Luciano, o Bispo
D. Alberto Cosme do Amaral e o padre Kondor, o Papa deu um sinal ao secretário para lhe trazer algo. “Era um pequeno estojo de ourives, que ele entregou ao Bispo, dizendo que era para Nossa Senhora. Quando o Bispo o abriu, emocionou-se: era a bala com que o Papa tinha sido atingido no atentado. De todas as ofertas do Papa ao Santuário, esta foi de longe a mais simbólica”.
A atitude de oferecer esse projétil a Fátima significava a gratidão pelo milagre de ser salvo de morte certa não fosse a intervenção celestial. Seria essa a convicção do falecido Pontífice. Essa bala atualmente está incrustada na coroa da Senhora.
Monsenhor referiu-se à Basílica nova, manifestando o grande empenho que teve na sua construção. Trata-se duma igreja com capacidade para 9.000 lugares sentados e custou 80 milhões de euros.
A última pergunta referia-se a Fátima daqui a 50 anos. Continuará como local de peregrinação? Respondeu: “Não tenho qualquer dúvida, porque este fenómeno foi autêntico e eu creio que divino. As coisas autênticas perduram. Fátima é um lugar de sentimentos fortes. A imagem de Nossa Senhora desperta sentimentos de maternidade universal. Fátima é um céu, é um espaço de oração e de paz. Oxalá mereça o título Cidade de Paz”.
Autor: Manuel Fonseca
