Carlos Carvalhal disse, em entrevista a um jornal desportivo, que ”David Carmo é uma ave rara, hoje em dia, no futebol. Todos os clubes andam à procura de centrais de grande qualidade, e, sinceramente, se fizer um grande ano, é grande a possibilidade de se transferir num curto espaço de tempo”.
Wender, em declarações a uma rádio, diz que “David Carmo pode chegar mais à frente a valores de 50 ou 60 milhões de euros”.
No entanto, como é do conhecimento público, a venda do passe de David Carmo, ao F.C. Porto, rendeu metade do valor da cláusula de rescisão, ou seja, 20 milhões de euros, desconhecendo-se o número de anos em que tal valor vai ser pago.
É claríssimo, demasiado evidente até, face às declarações dos dois treinadores acima transcritas, que o S.C. Braga nunca poderia prescindir de um valor já consolidado no nosso futebol por um valor abaixo da sua cláusula, ou, em alternativa, caso isso fosse incontornável, só o poderia ter feito exigindo manter uma percentagem do passe, tendo em conta o real valor do jogador e o potencial de valorização no curto prazo.
Sempre defendi, e já foi expresso nesta coluna de opinião, que se deve dar voz aos sócios na gestão dos clubes, de uma forma mais ativa e concreta.
Sendo óbvio que, em Portugal, tal só se conseguirá por decreto.
Enquanto tal não acontece, seria de bom tom a existência de pelo menos três Assembleias Gerais de associados, para se manter, com mais frequência, os sócios mais informados acerca de todas as incidências da gestão dos Clubes e SAD.
Falta claramente vontade a quem os lidera, de prescindir de uma batuta autoritária que tão bem tem servido os propósitos dos que se aventuram neste mundo tão insondável.
Autor: João Gomes
A participação dos sócios na gestão do Clube

DM
28 julho 2022