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A mediocridade e a incompetência apontam para um fracasso estrondoso inevitável

Apesar de estarmos no século XXI, época em que já se atingiu um esplendor científico e tecnológico notáveis, o homem ainda não conseguiu libertar-se dos seus fantasmas mentais que minam a excelência na qualidade de vida, apoiada num luculento desempenho da atividade pessoal e profissional. Entre os fantasmas mentais mais frequentes na vida moderna assistimos aos sentimentos de vingança, de inveja, de mentira, de calúnia, de intriga, de atitudes persecutórias, de populismo e de mania mórbida pelo poder. Quem tem medo de olhar para si e encontrar os seus fantasmas psíquicos será atormentado por eles a vida inteira. Quem não procura autodominar-se em relação às suas emoções nunca poderá vir a desempenhar um cargo de grande responsabilidade. Aliás, ninguém é digno de qualquer tipo de poder se não exaltar a grandeza das pessoas que o rodeiam. Só um autodomínio sólido desenvolve em nós uma consciência verdadeiramente crítica, levando-nos a ser, acima de tudo, seres humanos em construção e não deuses. Os deuses são um problema para a humanidade. Quem não se autodomina adequadamente, dificilmente será capaz de reciclar os seus fantasmas mentais. Então, as fobias, a inveja, a raiva, a culpa e a insegurança nunca poderão ser vencidas. A autorregulação das emoções instintivas e o estabelecimento de metas claras são indispensáveis para se saber onde se está e aonde se quer chegar. As metas claras são os trilhos que levam ao desenvolvimento de projetos a médio e longo prazo. São o alicerce do treino diário que deve ser contínuo e incansável. Sem elas não será possível afinar trajetórias. Se uma pessoa não percebe que é compulsiva, tímida ou arrogante e ansiosa nunca será capaz de se autodominar e de definir objetivos adequados na sua atividade diária. Perde o rumo, começa a andar em círculo, gastando inutilmente a sua energia cerebral. Sem disciplina, sucumbe-se ao imediatismo ou à necessidade doentia de querer alcançar tudo rápido e prontamente. Assim, consolidam-se os defeitos, eterniza-se a falibilidade e a fragilidade, criando-se condições para tornar difícil o refazer de rotas corretas. Sem o veículo da disciplina mental, não se conseguirá seguir vias racionais e adequadas. Sem esta autorregulação interior, as pessoas atrofiarão o seu cérebro, tornando-se incapaz de fazer escolhas apropriadas e acabando por levar consigo para o túmulo os seus conflitos, as suas crenças limitadoras e os seus traumas. Quando os medíocres assumem cargos de responsabilidade, os disparates, os erros e as decisões desastrosas contaminam a sua atividade diária. E quando a contestação ao seu exercício funcional se generaliza, surge logo o seu apego ganancioso ao poder, nem que para isso seja necessário deitar mão do populismo, da chantagem ou de atitudes déspotas. Ao contrário, se as pessoas fizerem uma gestão correta das suas emoções, desenvolve-se um desempenho tranquilo da profissão, do cargo ou da função para que se foi eleito ou proposto. Este ambiente proporciona uma harmonia laboral, uma saúde emocional consistente e um prazer de viver. Assim, os conflitos serão, muitas vezes, prevenidos e acautelados ou, quando surgirem, resolvidos adequadamente. Diante da riqueza que é a liberdade, temos muitas opções, mas precisamos de saber que, na base do funcionamento da mente, está a liberdade que respeita os outros.
Autor: Artur Gonçalves Fernandes
DM

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7 junho 2018