O Bloco de Esquerda apareceu muito indignado com António Costa por este ter dito que este partido comunista é tipo “mass”média (sempre preocupado em aparecer no jornal do meio dia) em contraponto ao PCP que seria um partido mais institucional, um partido de massas, mais responsável e coerente.
Não se percebe qual a admiração do bloco comunista, aliado do PS, face a esta atitude inconsistente e contraditória de António Costa, mas que lhe é visceral enquanto político.
Então o Bloco de Esquerda não conhece António Costa?
Então António Costa não afastou António Seguro por este ter ganho as eleições por “poucochinho” e não teve a hombridade de se afastar quando perdeu largamente as últimas eleições?
Então António Costa não fez uma aliança parlamentar que nunca foi referida em campanha eleitoral, eludindo assim a confiança de muitos que votaram no PS?
Então António Costa, braço direito de Sócrates, não soube com uma habilidade imensa, tirar o PS dos efeitos negativos da sua governação que originou a bancarrota do nosso país, com acusações judiciais inimagináveis, e que revelou um ex Primeiro Ministro “socialista” com uma forma de viver que é insultuosa para qualquer trabalhador?
Então António Costa não cria artificialmente crises, surfa com grande equilíbrio por cima delas e chega à praia quando quer e da forma que quer, sempre com dividendos eleitorais?
Então António Costa não se posicionou contra a austeridade e fingiu que repôs rendimentos aos portugueses, quando aumenta os impostos indiretos sobre bens cuja procura é inelástica e assim tira com a mão, o que dá com a outra? A austeridade, segundo a geringonça, acabou, mas então estamos com a maior carga fiscal de sempre – 35,4% do PIB – valor superior ao do tempo de Passos Coelho?
Então António Costa não conseguirá um deficit público nominal muito perto de zero por cento do PIB mas à custa de cativações, sem investimento público, com os serviços públicos em condições de degradação como nunca estiveram no passado e com um dívida pública que não baixa?
Então António Costa, quando lhe conveio, não mandou – sem hesitar – a lei da greve às urtigas, como mostrou com a intervenção musculada do governo na imposição de serviços mínimos de 70% a 100%, na greve dos motoristas? Os números até revelaram um número muito superior de requisições civis ao do governo de Passos Coelho.
Então António Costa anda agora pelo interior do país – dando a ideia que o seu estado atrasado não têm nada a ver com ele – quando foi Secretário de Estado, várias vezes Ministro e é Primeiro Ministo? Só anda pelo interior quando há eleições à vista?
Então António Costa, só ao fim de 4 anos de governo é que promete futuras medidas, para cobrir a total ausência de reformas estruturais que foi incapaz de executar ?
António Costa, com mais uma pirueta política, quer agora colocar o PS hipocritamente no centro como se não tivesse tido os dois partidos comunistas como aliados e não tivesse governado apenas mediante o “memorandum da geringonça” feito nas catacumbas do Parlamento.
Se António Costa deu uma “facada” ao seu colega de partido António Seguro, não a dará muito mais facilmente a qualquer outro partido seu aliado desde que lhe seja benéfico?
De facto, é até cómica a indignação distraída no rosto da comunista Catarina Martins, face a um socialista que nos habitou a fazer tudo e o seu contrário para conseguir os seus objetivos políticos.
Autor: Joaquim Barbosa