A edição portuguesa já está pronta a entrar no mercado, sob a chancela da Lucerna e com o apoio da benemérita Fundação Junção do Bem.
O Prólogo deste livro é um feito único. E o seu texto é uma beleza e de uma enorme profundidade como é de esperar de tudo o que sai de Bento XVI.
O livro, que a Fundação já teve a amabilidade de me oferecer, tenho a certeza que vai constar pelos tempos futuros como um dos mais belos e serenos livros de espiritualidade deste século. Deverá ser indispensável para a formação dos católicos e, talvez mesmo, dos futuros sacerdotes.
O Cardeal Sarah, ao longo de 264 páginas, dá-nos uma grande e fora de série lição magistral sobre a importância do silêncio na nossa vida de crentes e ajuda-nos a pôr-nos fora da ditadura do barulho. Claro. De um verdadeiro místico. De leitura tranquilizadoramente profunda. Um calmante nestes tempos agitados, de afectos voláteis e descartáveis. E de ruído ensurdecedor e alienante. Um triste tempo de sentimentos espúrios. Do pensamento impositivo e único, que nos querem impor à força , pelo terror da ameaça em nome da chamada descriminação.
Como seria altamente desejável que este livro fosse usado na formação espiritual dos sacerdotes, dos religiosos e dos leigos que vivem (vivemos) mergulhados no barulho, mesmo na Sagrada Liturgia (de que modo e intensidade nalgumas celebrações!).
“A Força do Silêncio” – contra a ditadura do barulho é um “passeio” pela vida interior deste notável Cardeal guineeense (Conacry), guiado pelo jornalista Nicolas Diat e que faz incursão na Grande Cartuxa, permitindo que o seu Superior exponha a sua e dos cartuxos perspectiva do silêncio. O livro já conhece várias edições e que, como já disse, conta com o prefácio do Papa Emérito Bento XVI que se refere assim ao autor : «O Cardeal Sarah é um mestre do espírito que fala a partir da sua experiência de permanecer em silêncio junto do Senhor, a partir de uma profunda unidade com Ele, e assim tem realmente alguma coisa a dizer a cada um de nós». … “Devemos estar gratos ao Papa Francisco por ter colocado um tal mestre do espírito à cabeça da Cogregação responsável pela celebração da Liturgia na Igreja".
“A Força do Silêncio – contra a ditadura do barulho” ´deverá ser, a partir de agora, um vademécum de excepção para a nossa vida interior. E deveria ser de leitura obrigatória para os sacerdotes que não querem ser o centro, actores mediáticos e “palradores” que não se cansam nas celebrações, nomeadamente da Missa.
“A Força do Silêncio – contra a ditadura do barulho” não é só uma entrevista discretamente dirigida por Nicolas Diat, mas um conjunto de de 365 reflexões, que se podem ler ao sabor do tempo e não como um romance que começado deve ser lido de seguida. Merecem particular destaque as reflexões sobre o modo de celebrar a Santa Missa e o lugar do silêncio que na maior parte das vezes nela não tem espaço nem lho dão!
Deixo para os meus leitores a última reflexão do Cardeal Sarah: “ Tudo o que é de Deus não faz barulho nenhum. Nada é brutal, tudo é delicado , tudo é puro e silencioso" (n.º 365).
(O autor não escreve de acordo com o chamado A.O. )
Autor: Carlos Aguiar Gomes