À D. Mariazinha

Avida sobre a terra é, de facto, uma passagem muito breve. Para nós, crentes, ela tem já sabor a eternidade pois Jesus Cristo, com a Sua morte e Ressurreição, abriu-nos o acesso à Vida que não mais tem fim. É no Mistério pascal de Cristo que assenta a fé cristã. Morte e vida é o binómio que acompanha todo o Ser Humano. A vida é feita de muitas mortes e a morte é a porta para a Vida. Todos temos que passar este umbral para chegar à plena comunhão com Deus. Deus coloca no nosso caminho pessoas que nos marcam porque a sua presença no meio de nós fazem transparecer e aparecer o próprio rosto de Deus. Pela sua bondade, benignidade, docilidade, ternura e amor são, neste mundo, encarnação da graça de Deus. Fomos todos surpreendidos pelo desaparecimento inesperado da D. Mariazinha, como tão carinhosamente era tratada. Deu-se totalmente à família, aos amigos e à “menina dos seus olhos” – o Restaurante Maia (no Sameiro) – até ao fim, levando sempre o peso da responsabilidade com abnegação e sorriso nos lábios. Os seus clientes eram acolhidos e tratados como se fossem da sua própria família, pois a todos recebia com afago e bondade. Os seus bons dotes culinários faziam-nos saborear as excelentes iguarias que confecionava e partilhar o dom da amizade e a alegria do convívio e do encontro. Uma outra grande paixão sua, talvez a maior, era a Mãe do Céu, a Senhora do Sameiro, cuja imagem a D. Mariazinha gostava de contemplar e vibrava ao cantar-Lhe os seus louvores. Quando se lhe dizia que estava sempre com um ar jovial, respondia com um sorriso, dizendo: – «Tenho uma boa “vizinha”; Nossa Senhora do Sameiro cuida de mim!». E cuidou, pois concedeu-lhe a graça de viver uma vida longa e sempre ao serviço dos outros. Partiu para o céu, precisamente, num dia 13, dia dedicado a Nossa Senhora. Nutria grande apreço por quantos trabalham no Santuário do Sameiro, pelos Sacerdotes e pelas Comunidades Religiosas que aí residem. A D. Mariazinha partiu para a Casa do Pai. Certamente, estará já sentada no banquete eterno, com os “manjares suculentos” preparados pelo próprio Deus, o qual nos quer fazer participantes do Seu Amor Misericordioso. Estará já a contemplar Aquela que “mais bela só no Céu”, descansando no Seu regaço materno. Obrigada, D. Mariazinha! Até já!... interceda por nós à Virgem Santa do Sameiro!
Autor: Arnaldo Vareiro