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A consistência da solidariedade humana

Mesmo as grandes e cruéis catástrofes da Natureza não são devidamente aproveitadas para uma atenuação dos seus malefícios e para uma aproximação de pontos de vista humanitários. Elas deviam ser utilizadas para uma consolidação da tão falada fraternidade entre todos nós. Veem-se ondas de solidariedade (e muito bem), mas são logo aproveitadas, de um modo negativo, para uma disputa partidária.

Em vez de as utilizar para uma união de esforços coletivos e para uma aproximação na essência do verdadeiro serviço em favor do povo, os partidos políticos, numa ânsia de angariar mais votos e obter dividendos eleitoralistas, lá vão eles ao fundo da sua ideológica buscar a disputa, a crítica, a injúria e o rancor que os define no seu dia a dia.  

A coordenação entre os vários serviços foi “imediata” e funcionou “perfeitamente”! Depois, os resultados dos diversos inquéritos (quando saírem) vão ser “totalmente” rigorosos e objetivos, revestidos de uma profunda “independência” “séria” e “amiga”! No fim disto tudo, a culpa vai morrer solteira, porque não quer ter encargos com os possíveis “filhos”, dado que, neste mundo tresloucado, a responsabilidade, financeira e social pela sua educação, é egoisticamente vista por muitos “hipotéticos pais”. 

Nas tragédias humanas, lá aparecem tantas instituições, tantos institutos e tantos observatórios (que nunca se viram nem fizeram nada) com os seus comunicados e as suas desculpas, afirmando que atuaram adequadamente para acudir às vítimas (e familiares) desses fenómenos. Metem dó! E com que rostos emotivos e pesarosos aparecem! Nunca pensei que existisse tanta “sinceridade”! Estas atitudes servem, ao menos, para se saber quão chorudos “tachos” há por esse país fora!

A perversão dos valores é mais que evidente nas sociedades atuais, o que explica a sua fácil volatilidade e evaporação. Hoje em dia, as diversas oportunidades para formar uma personalidade coerente não são devidamente aproveitadas. Quando se esquecem os autênticos ideais humanos, a objetividade e a consecução sólida das finalidades formativas das pessoas esboroam-se com muita facilidade. Assim, o verdadeiro modelo humano estável e racional anda, muitas vezes, ausente dos objetivos dos responsáveis pela condução das populações. A dimensão ético-moral foi varrida da formação da pessoa humana, com um desprezo total pelos valores universais que fazem parte da natureza do homem. Os princípios mais relevantes da educação humana estão muito menorizados nos sistemas educativos ou profundamente desvirtuados. 

Tudo o que uma pessoa faz deve ser determinado pela escala de valores que respeitem a dignidade da pessoa humana. Daí que as convicções políticas e sociais devem apoiar-se sempre em valores sólidos que dignifiquem as sociedades e não andem ao sabor das conveniências pessoais e das “partidarites” enganosas.  A solidariedade, a justiça, a modéstia, a tolerância e a ética profissional devem fazer parte integrante da ação humana diária.                                                                                                                


Autor: Artur Gonçalves Fernandes
DM

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29 junho 2017