Foi no “Diário do Minho” de 27/7/2017, que li, com toda a atenção, motivada de prazer, no artigo ”Educar e Ser Educado”, escrito pelo distinto e digno jornalista P. Dr. Silva Araújo, a categórica e estonteante afirmação “quem não começar por ser verdadeiramente homem não será verdadeiramente cristão”. Tal afirmação incentivou-me o intrínseco dever, fundamentado na autonomia e liberdade, inerente ao ôntico e natural ser humano, de convidar os articulistas de todos os jornais, que passam todos os dias pelos olhos e pelas mãos dos interessados leitores. Tal convite motiva e abraça a união, congregação, integração e conexão de todos os articulistas, solidários, entre si, através das atentas e esforçadas colaborações e cooperações, com a sua ôntica, imperativa e universal natureza, que anseia a congruência e suas relações com o Uno na busca do verdadeiro sentido da vida existencial, o primeiro passo para ser verdadeiramente homem.
O coração sensível do Uno supera as fragmentações, os isolamentos, desvios e ruturas dentro de quaisquer conexões. O espírito das relações transcendentais, alimentado pela chama quente da luz do amor, do perdão, da compaixão, pelo relâmpago da verdade e pelo peso da justiça, supera o ódio e todos os conflitos e violências avassaladoras do mal e de todo o anelante afago à pessoa, como um interessado e útil objeto, sentinela na intenção egoísta de quem quer que seja.
Como a laboriosa e madrugadora dona de casa que, com a sua vassoura de piaçaba, junta toda a incómoda e mal vista porcaria, espalhada pelos cantos da sala, limpando o pó a uns e deitando outros ao caixote do lixo, assim sou eu dentro dos aposentos da minha personalidade.
No seu conjunto, a porcaria, que rolava à frente da vassoura do meu relacionamento, pelos braços da minha pessoa, era formada, entre outros, pela superficialidade de compreensões, pelas desconexões, isolamentos, desajustamentos (…) conflitos e violências. Tudo isto provoca tempestades nas minhas íntimas estruturas bio psíquicas. Tudo é uma confusão, uma alienação, com uma vontade de me coçar todo, de me arranhar e de mandar tudo para o diabo que o carregue.
É o caso do verdadeiro cristão que, para o ser, tem de varrer tudo o que o impede de se manifestar como um verdadeiro homem. Mas o que constitui, então, o verdadeiro homem, o homem na sua plenitude? Para o ser, vou fazer, então, racionalmente, uma análise indispensável aos vários níveis do homem. Os envolventes níveis do ser do homem, sem cair em dogmatismos, são três: o existencial, o transcendental e o transcendente.
O nível existencial abraça, indelevelmente, os fatores bio psíquicos (sistema nervoso, intrinsecamente unido às estruturas psíquicas: cognitivas, afetivas, emotivas, dinâmicas, motivacionais) e o meio ambiente.
O nível transcendental abraça o ôntico e natural ser, tecido, na sua essência, de espiritualidade corporizada, una e relacional.
O nível transcendente abraça o estado eterno de Deus e de Jesus. É o paraíso do homem na sua plenitude, isto é, é o ser que envolve em Deus todas as superações existenciais e transcendentais. Este é o natural ser existencial do Santo, que congrega, pelos tempos fora, todos os níveis do ser (existencial e transcendental) no Ser Transcendente de Deus.
Autor: Benjamim Araújo
A conexão da solidariedade na congruência do ôntico ser

DM
22 novembro 2017