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A comunicação no sector social

A comunicação é um fator determinante para a imagem das organizações. A forma como as mesmas apresentam os seus propósitos designa-se de estratégia de comunicação. É fundamental definir uma estratégia de comunicação assertiva, ajustada e verdadeira face à identidade das organizações, uma vez que só assim se produzirão resultados adequados aos objetivos pretendidos. Os meios para esse mesmo fim e a sua forma de utilização são também peças-chave deste puzzle. Para o sucesso de uma estratégia de comunicação, será necessário completar um processo de implementação que passa forçosamente por um diagnóstico, definição de alvos (público-alvo), definição de ferramentas (mix de comunicação), elaboração de orçamento, criação de uma estratégia criativa e um plano media e, por fim, a sua implementação, avaliação e controlo. No contexto do setor social, a comunicação é cada vez mais valorizada pelas Instituições. Apesar disso, ainda é vista como um ”parente pobre” que deve ser assumido pelos seus quadros internos, a maior parte das vezes sem formação adequada e sem definição prévia de uma estratégia concreta. Por tudo isto, a comunicação é, normalmente, feita sem um “Como? Quem? Porquê?” definidos e, consequentemente, sem qualquer resultado final impactante. Não obstante todo este cenário e sendo justo com a realidade, convém aqui referir que a comunicação neste setor é atualmente bem mais exigente do que aquilo que possa parecer à primeira vista. Senão vejamos: - Existem inúmeras Instituições com o mesmo fim: sensibilização e sustentabilidade da sua atividade de cariz social. - O público-alvo tem de se identificar inequivocamente com o propósito e missão, porque para qualquer pessoa se associar a uma causa e, mais do que isso, assumir um compromisso perante essa mesma causa, tem de existir uma identificação plena com a mesma. - A perspetiva de que “sendo do setor social é ético” já não se aplica e, com isso, a necessidade de comunicação da transparência e rigor destas organizações torna-se cada vez maior, devendo inclusive ser parte integrante da sua própria identidade. - A eficácia da comunicação exige meios e recursos profissionalizados, capazes de definir uma estratégia de comunicação concertada e capacitada, do ponto de vista da sua gestão e execução. Isto acontece num sector onde os recursos são cada vez mais escassos. Se todos estes pontos críticos são uma realidade indiscutível, é também verdade que o sector social vive numa atmosfera benéfica no que respeita à relação com influenciadores e empresas, cujas missões passam cada vez mais pela responsabilidade social. Esta consciencialização das organizações tem seguido uma tendência crescente, devendo ser corretamente aproveitada e potenciada pelas Instituições de solidariedade social. Se é um facto que a comunicação no setor social terá de passar forçosamente por uma maior profissionalização em todos os seus aspetos, ao mesmo tempo também poderá passar por cimentar um conjunto de sinergias com outras organizações que possam e estejam dispostas a partilhar conhecimento e recursos, com vantagens claras para as partes. Por tudo isto, há que ter a consciência de que existe ainda um longo caminho a percorrer mas também ter a percepção exata de que caminho efetivamente se trata. Há que pensar no “Como? Quem? Porquê?” e concertadamente definir a nossa estratégia e objetivos relacionados. E que, por mais longo que o caminho seja, ou pareça, o mesmo só se faz de uma forma: caminhando!
Autor: Pedro Vital
DM

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17 abril 2019