“Voleibol em destaque da 1.ª página de A Bola? Parabéns Vítor Serpa!”- congratulou-se um fã da modalidade. Por experiência própria, percebi imediatamente que não foi o voleibol a fazer a 1ª página, mas sim um derby lisboeta.
Como adepto do ABC, vibrei recentemente com títulos nacionais e internacionais conquistados em luta com os que habitualmente fazem capas de jornais, e nunca fomos “vítimas” em primeiras páginas.
As únicas vítimas, mas de assédio, são os nossos principais atletas que obrigam o clube a renovar-se constantemente para continuar a lutar pelos lugares cimeiros do andebol nacional.
No Sá Leite sinto anualmente a mesma dificuldade que na escola, quando me dão turmas novas, ao ter de decorar a quase totalidade dos nomes dos herdeiros da camisola amarela.
Ao conferir num poster os vencedores do campeonato e taça Challenge em 2016, atendendo só aos jogadores mais utilizados, do plantel atual já não constam, o Grilo, Spínola, Branquinho, Seabra, A. Gomes, Sarmento, Emanuel, J. Costa, Oleksandr e Vidrago. Depois da debandada e atendendo ao reforço dos principais adversários, não seria expectável discutir títulos esta época.
Mas, já ganhamos a supertaça, ao campeão em título, e depois de na 1.ª fase conquistarmos três empates em casa dos outros candidatos, nesta 2.ª fase, no Dragão Caixa e no Sá Leite, provamos uma vez mais (que assim se vê) a força do ABC e, sem alguns equívocos arbitrais, poderíamos estar no pódio (déjà vu…noutra modalidade).
E, num mundo cada vez mais despido de ética e fair-play, como se vê semanalmente no futebol e até o impensável, no râguebi, senti-me feliz ao comungar da lição de desportivismo no último jogo com o Sporting.
Com a vitória do adversário a garantir-lhes praticamente novo título, os adeptos academistas, na tradicional volta de honra dos jogadores, a cumprimentarem o público nas bancadas, fizeram-no por igual aos nossos valorosos atletas e aos do Sporting Clube de Portugal.
Por tudo isto, repito o que escrevi no final do jogo: “Podem levar pontas… laterais… centrais… pivots… que enquanto a ALMA AMARELA prevalecer estaremos sempre bem vivos”.
Acrescento porém, que esta ALMA precisa ser alimentada, a exemplo do que acontecia há dois anos, preenchendo-se os muitos espaços vazios existentes na bancada, porque em campo, o Délcio, o Nuno Silva, o Rosário, o Belmiro, o Miguel Bandeira, o Rui, o Ricardo, o Roberto, o Rafael, o Francisco, o Humberto Gomes, o Hugo Rocha, o Dario Andrade, o Tomás Albuquerque, o Carlos Martins e o Cláudio Silva, mostram ser merecedores do símbolo e da cor que envergam.
O clube e quem o representa, justificam maior apoio e reconhecimento popular por tão bem dignificarem a formação desportiva, a modalidade e a (atual) Cidade Europeia do Desporto.
PS-Um pedido de desculpa se esqueci o nome de algum atleta, mas ainda hoje, na escola, também não consegui decorar os nomes de todos os alunos, pelo que percebo as possíveis dificuldades do Jorge Rito e do Carlos Ferreira.
Autor: Carlos Mangas