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A alegria e a euforia serão ambas compatíveis com a felicidade?

Ser feliz é muito mais do que estar momentaneamente alegre ou do que um simples imergir no oásis do prazer porque a emoção não é saudável e livre em si mesma se não for inteligente e racional.É possível estar alegre e essa alegria ser doentia, ou seja, alicerçar um consumo irresponsável que, posteriormente, irá gerar autopunição.

É possível estar eufórico, considerar-se superfeliz e esse estado levar o Eu a patrocinar a própria infelicidade, visto que gera muitas atitudes complementares impensadas, assumindo comportamentos irracionais. É o caso da pessoa que envereda por uma vida cheia de prazeres hedonistas, pois, passados aqueles momentos eufóricos, entra em estados depressivos dececionantes.

Nestas circunstâncias, em muitas pessoas, embora com idade cronológica ou real de mais de quarenta anos, a vida psíquica não ultrapassou sequer a fase da adolescência. As suas fibras de Mós não se desenvolveram, na fase devida, de um modo normal, nunca se treinando adequadamente a fidelidade a uma evolução correta da consciência.

Quem for infiel à sua consciência olha muito para fora, é guiado pela ganância ou pelo egoísmo, ficando contaminado pelo imediatismo e encarcerado nas suas necessidades neuróticas.

A essas pessoas falta a ética, a transparência e a responsabilidade social. São capazes de gerir empresas ou instituições mas não a sua própria mente. São ousadas mas não doseadas ou equilibradas. Podem ser cultas mas deixam-se embaraçar em discussões estéreis ou em pormenores insignificantes.

Muitas delas podem até ser eloquentes mas não sabem dialogar de forma transparente para resolver conflitos nas empresas, nas instituições, na escola ou na família. Onde metem o nariz, regra geral, aumenta a confusão.

Pelo contrário, quem prepara o seu Eu para ser fiel à própria consciência bem formada, preocupa-se com a sua saúde psíquica, filtra os estímulos estressantes, protege a mente e elimina os seus fantasmas mentais. Quem desenvolve e pratica a lealdade à sua consciência sabe que tem de prestar contas à sociedade, à instituição onde trabalha, à família e a si próprio.

O seu maior juiz não são os outros mas o seu próprio Eu. Elas deviam pensar que ser infiel a si próprio é divorciar-se da sua saúde emocional, do seu estado sustentável de felicidade e do seu equilíbrio mental.

Quem educa o seu Eu a ser fiel a si próprio começa também a descobrir e a interiorizar que o dinheiro, em si e por si mesmo, não garante a felicidade nem promove uma tranquilidade inteligente. Sabe ainda que a falta de dinheiro também provoca ansiedade e cria estados de insatisfação, de revolta, de indignação e de infelicidade.

O mau uso do dinheiro financia o orgulho, a arrogância e a necessidade neurótica de se sentir acima dos seus pares. O mau uso do dinheiro empobrece tanto como a falta dele.


Autor: Artur Gonçalves Fernandes
DM

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28 junho 2018