Todo este título está conotado com a abolição da escravatura no Brasil, levada a cabo pela Princesa Isabel, herdeira do trono, durante a sua regência, através da assinatura da Lei Áurea, lei que punha fim à escravatura vigente no seu país. Este importante acontecimento é recordado pelo insigne jornalista Dr. Carlos Aguiar Gomes, No “Diário do Minho” de 12/5/2018, com o título “Isabel - a Redentora”. Aguiar Gomes mostra o preço que a Princesa teve de pagar por tão nobre e humano empreendimento – a perda do trono de que era a herdeira, pois seu pai, D. Pedro ll, seria deposto no ano seguinte.
Vou, simplesmente, aureolar a mancha indigna da escravatura com esta apagada, mortífera e catastrófica estrela, no campo social: a indignidade humana e o seu preço.
A escravatura é humanamente indigna sempre que os poderosos, apoiados na satisfação dos seus grandes interesses, desejos, aspirações, prestígios, motivações e emoções descontroladas, “reduzem os seres humanos a coisas, objetos de troca e venda, empréstimo e herança” como é referido pelo Dr. Aguiar Gomes.
A escravatura é também humanamente indigna quando os poderosos e interesseiros transferem a autonomia, a liberdade, a responsabilidade e o prestígio do seu ôntico ser para as suas vantajosas estruturas, tais como as do conhecimento (sensorial e racional), do afeto, da emoção descontrolada e das motivações das suas determinações subjetivistas e relativistas.
A escravatura é também humanamente indigna quando submete o homem às drogas, ao sexo amoral, às redes sociais, aos computadores, telemóveis…, que o acantonam no berço miserável da sua própria escravatura e na perda dos verdadeiros direitos humanos. O homem desumaniza-se, desviando-se dos dignificantes corredores, inerentes ao ôntico ser humano, tais como os da transcendentalidade, da unicidade e o das suas relações de bem, de paz, justiça, amor… consigo mesmo, com o outro, com o mundo e com Deus.
Obrigado, Dr. Aguiar Gomes, por nos recordar a Princesa Isabel, tão insigne e corajosa Senhora! Os portugueses nunca a deviam esquecer nem deixar de a imitar. A abolição da escravatura teve dignificantes efeitos: o teórico e prático humanismo.
Autor: BENJAMIM ARAÚJO
A abolição da escravatura e seus dignificantes efeitos

DM
11 julho 2018