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25 Abril: Crise da U.E. e “Ovo de Colombo”? Errata social

Morte à pobreza. Sonhei com o que tinha escrito sobre este tema... Com a nossa paixão em dar ideias para acabar com a pobreza, descobri no meio do sonho que tinha passado os números equivocados... As minhas escusas, eis hoje errata para os queridos leitores(as).

Os números devem servir as Pessoas e não o contrário (Apocalipse 13). 2012: a UE tinha cerca de 508 milhões de cidadãos (Eurostat).

O orçamento da UE é €145.000 milhões (2015). A UE tem cerca de 122 milhões de pobres (Jornal Económico, 29/11/16). “Ovo de Colombo”? Distribuir o orçamento da UE, o que resultará em cerca de €1.180,00 por cada 1: um começo. Ou fundar uma instituição bancária europeia com 1 objectivo: acabar com a pobreza.

Com recurso a técnicas conhecidas como a de micro-crédito. Como nos ensinou o Nobel da Paz M. Yunus, “Rumo a um mundo sem pobreza”, 1997, «… aprendi além do mais que as coisas nunca são tão complicadas como se imagina. Com demasiada frequência se tende a buscar soluções complexas para problemas simples, ou a ocultar a ignorância com explicações complicadas destinadas a impressionar a galeria». Só o negócio das armas em 2016 atingiu no mundo qualquer coisa como $374.000.000.000 (Instituto de Pesquisa da Paz de Estocolmo).

Para a ONU (2014), haveria 2.200.000.000 de pobres... Estabelecer um salário mínimo mundial? Assim como um “Rendimento Mínimo Garantido”, desde que fosse bem fiscalizado junto de quem não quer trabalhar? Na UE, seria possível atribuir um rendimento mínimo mensal, fiscalizado e renovável, aos €122 milhões de cidadãos pobres europeus.

O que acabaria com a pobreza e iria incentivar o aumento da poupança e consumo de produtos na UE e no mundo, conforme já referido no artigo anterior. Não faltarão economistas e gestores a dizer que “estas ideias não são práticas” ou “assim também eu”.

Recordamos o “Ovo de Colombo”: Colón durante um banquete em homenagem à “descoberta da América pela Europa”, organizado pelo Cardeal Mendonza, foi questionado se acreditava que outra pessoa poderia ter feito o mesmo? Foi aí que desafiou os presentes a colocar um ovo fresco em pé. Quase todos aceitaram, mas ninguém concretizou. Colón então mostrou a solução: bateu de leve o ovo contra a mesa e quebrou um pouco a casca numa das pontas e o ovo ficou de pé!

Logo um dos cortesãos exclamou: “fácil!” Mas também Colón: “… mas a ninguém lhe ocorreu.” Para “descobrir a América” alguém teve que concretizar. Colón não terá sido o 1º europeu a chegar à América, mas foi o 1º de modo “colonial”. Historiadores diversos atribuem antes esta história a Brunelleschi ou a Torriano e, já no Séc. XX, liga-se ao genial Tesla pelo motor de indução eléctrico. O jornal Público de 14/10/16, tinha por título, “Portugal é o segundo país da UE que recebeu mais fundos comunitários”.

O 1º era o Reino Unido (!). Em Portugal, há cerca de 2,4 milhões de pobres (Observador, 7/5/18). E, nos tempos mais recentes, neste jardim, foram gastos €17.000 milhões com as ajudas aos Bancos (sicnoticias.sapo.pt , 27/3/18). Se dividirmos, dava cerca de €7.000 por pessoa.

E ainda: “nova ponte Porto-Gaia custará €12 milhões” (Expresso, 12/4/18!), o que desde logo é mentira, pois no final será muito mais, bem sabendo todos que face à ofensiva legislação da responsabilidade financeira pública portuguesa, ninguém irá preso, ao contrário do que aconteceria em muitos outros países do mundo.

Os lucros irão para algumas mãos privadas, os prejuízos para os contribuintes honestos. O custo final da ponte distribuído pelos portugueses pobres resolveria muitos mais problemas do que esta “nova ponte”.

O corte de salários em Portugal, não apenas dos funcionários públicos, é o maior acto de corrupção da democracia Portuguesa.

Pois, é através duma política de bons salários que melhor se distribui a riqueza. Mais directo ainda seria a distribuição directa dos dinheiros: nos últimos 3 anos Portugal recebeu quase €5.000 milhões da UE. Imagine-se se este dinheiro chegasse aos pobres: cerca de €2.000 por pessoa. Haveria exemplos infinitos.


Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira
DM

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3 agosto 2018