A Diabetes é uma doença crónica, onde se verificam elevados níveis de açúcar no sangue, por défice parcial/total de insulina. Existem vários tipos, sendo o mais comum a Diabetes mellitus tipo 2. Alguns sintomas que podem surgir são o cansaço, sede e/ou fome excessivas ou micção frequente; contudo, a maioria não apresenta sintomas ao diagnóstico e a deteção é feita por análises sanguíneas.
O açúcar em excesso no sangue provoca danos ao sobrecarregar órgãos como o cérebro, coração e rins. Percebe-se a importância de a diagnosticar precocemente, para que o tratamento e controlo sejam atempados. Caso contrário, podem surgir complicações, como a neuropatia (dano nos nervos), retinopatia (dano na visão), doença renal crónica ou insuficiência cardíaca.
A Diabetes é uma das principais causas de doença renal crónica a nível mundial; os altos níveis de açúcar danificam a estrutura dos rins, prejudicando a sua função filtrativa e de eliminação de toxinas. Esta complicação é identificada pelo médico através de análise de sangue/urina; a prevenção pode evitar a necessidade de hemodiálise.
Quando o dano acomete os vasos sanguíneos dos olhos, ocorre a retinopatia diabética, com potencial prejuízo da visão. De evolução silenciosa, é detetada pelo rastreio nacional anual implementado.
A neuropatia diabética pode surgir quando há afetação dos nervos; a pessoa diabética pode experienciar perda de sensibilidade, dormência/formigueiro/queimor, geralmente nos pés e nas mãos. Esta complicação pode aumentar o risco de feridas/traumatismos por falta de perceção dolorosa; é rastreada em consulta, nomeadamente, pelo exame anual dos pés.
A Diabetes é um fator de risco importante para várias patologias cardiovasculares, destacando-se a insuficiência cardíaca: estudos demonstraram um risco 2 a 4 vezes superior em utentes com Diabetes tipo 2, face a indivíduos não diabéticos. Tal acontece devido a uma sobrecarga do coração, que acaba por “se cansar”.
Pessoas com excesso de peso/obesidade, hipertensão arterial ou colesterol elevado, com familiares diabéticos, sedentarismo, diabetes gestacional ou pré-diabetes, ovários poliquísticos ou com doença cardiovascular estabelecida (por exemplo, quem teve enfarte agudo do miocárdio) têm maior risco de ter Diabetes.
O primeiro passo para evitar as complicações é o diagnóstico atempado. O pedido dos testes diagnósticos deve ser realizado pelo seu médico, que irá integrar todas as suas características pessoais/familiares e dados do exame objetivo.
Após o diagnóstico, é fundamental a instituição de tratamento adequado. Um dos pilares essenciais passa pela alteração do estilo de vida, nomeadamente a adequação da prática de atividade física (≥150 minutos/semana de exercícios aeróbicos, de musculação, equilíbrio e flexibilidade) e da dieta (controlo do consumo de doces e hidratos de carbono); é igualmente crucial a cessação tabágica. A medicação surge como complemento e deve ser individualizada atendendo ao risco e características individuais. O objetivo é reduzir os níveis de açúcar e o risco cardiovascular global, ou seja, controlar a doença para que não traga complicações futuras.
Pelo facto do risco infecioso ser maior, a vacinação (incluindo vacinas da gripe, COVID19, antipneumocócica) assume um papel muito importante.
Na persistência de dúvidas, informe-se com o seu médico. Perante o diagnóstico, não baixe os braços e cuide de si: ajuste a sua rotina, tome a medicação assiduamente e realize todos os rastreios preconizados!