O artigo de hoje destina-se a fazer uma avaliação global da época desportiva da equipa principal do SC Braga.
A temporada começou com Daniel Sousa aos comandos bracarenses no que respeita à principal equipa de futebol. Se a escolha inicial do treinador, em função dos indicadores dados anteriormente, foi consensual, a desilusão sobre o seu desempenho rapidamente assaltou as almas da Legião. Porém, não foram apenas os adeptos, na sua maioria, a ficar desiludidos, pois também a liderança diretiva cedo percebeu que o barco caminhava num destino com rumo duvidoso e, assim, não espantou totalmente que a saída do treinador fosse uma realidade bastante precoce na temporada. A liderança técnica dos brácaros foi entregue a Carlos Carvalhal, cuja alma braguista o levou a embarcar numa viagem para a qual não tinha adquirido bilhete. Esta (re)entrada na Pedreira foi de risco elevado, mas o sucesso europeu, numa situação que causava muita apreensão, sossegou logo os espíritos mais pessimistas.
A época tinha muitos jogos e um plantel que o (novo) treinador não escolhera, pelo que o percurso até ao final de dezembro passado foi feito em modo de evitar demasiados estragos num barco que ameaçou ficar à deriva. Contudo, o mês de janeiro trouxe ajustamentos que, contrariamente às expectativas gerais, deixou o coletivo mais forte e os meses que se seguiram recolocaram o SC Braga na disputa do último lugar do pódio, algo que viria a falhar na parte final. Deste modo, a liga portuguesa terminou com um quarto lugar que já não mexe com as paixões braguistas e as taças internas tiveram a prestação aquém do desejado, uma vez que a equipa arsenalista não atingiu nenhuma das duas finais possíveis. A isto junta-se uma prestação europeia que também já teve melhores resultados no passado, pelo que a época desportiva apresentou um balanço de serviços mínimos cumpridos, tendo ficado no ar a sensação de que era possível ter ido mais longe na liga portuguesa, onde o crescimento coletivo da equipa foi notório e fez emergir alguns valores provenientes da Cidade Desportiva, além da confirmação de boas performances de jogadores já mais experimentados. Mas ficou evidente que havia lacunas no plantel que urge colmatar futuramente.
O treinador Carlos Carvalhal teve os méritos de evitar uma eliminação precoce a nível europeu, de recolocar a equipa em posição de disputar o pódio, em que os adeptos claramente acreditaram bastante tempo, e, ainda, de lançar jogadores jovens provenientes da fábrica de talentos bracarense, de onde sobressaem os nomes de Lukas Horniceck e Chissumba, além de Diego, jogador que eu aprecio bastante, ou ainda Furtado e Patrão, entre outros nomes que estão na rampa de lançamento.
Finda a temporada, o ato eleitoral em Braga levou à promessa da busca de um patamar superior, à procura de um sonho de ser campeão num futuro não muito distante. Foi assim que Carlos Carvalhal saiu, aparentemente por mútuo acordo, estando na calha um período alargado para que o novo treinador, Carlos Vicens, possa preparar um caminho de sucesso e consiga, um dia, concretizar o sonho maior de toda a Legião do Minho, de ver o SC Braga conquistar o título de campeão, afinal o mais desejado de todos. Sonhar ainda não paga imposto e é esse sonho que ainda consegue comandar as vidas, quando ele está na mente de cada braguista.
Que o plano de nova época seja bem delineado e possa alegrar os corações da Legião.