É sempre reconfortante falar em bons exemplos. Em exemplos de vida e de sucessos. E quando é para levantar ruínas, fazer recomeços ou endireitar situações que descambam ainda melhor. Mais entusiasmo cria. Mais motivação nos dá para os admirar. Mais a luz ilumina o arrojo.
1 - Uma empresa nacional. Toda nacional. Familiar com muitos anos. Logo à segunda geração, uma empresa saudável, exportadora, moderna entra nas malhas da decadência. Os herdeiros, estes herdeiros com outras mentalidades, levianos e desleixados perdem o respeito ao passado do fundador. Esquecem-se do esforço, das canseiras, das noites mal dormidas daquele que criou a empresa. Em pouco tempo, a empresa entra em maus lençóis. Todos se fartam de penicar no pote do dinheiro da empresa que, tempos depois, se esgota. Passou a ser uma empresa a funcionar em roda livre. Atinge quase a centena de acidentes de trabalho. A produtividade é baixa. Surgem problemas financeiros. Já ninguém segura aquilo. Está condenada ao fracasso. Dois caminhos e sem saída airosa: vender ou falência.
2 - A opção é vender. A empresa é vendida por tuta e meia a um grupo sueco de recuperação de empresas. Em cinco anos, a empresa, com gestão sueca, cresce, moderniza-se, cria emprego, aumenta as exportações. Os acidentes de trabalho reduzem-se drasticamente. A segurança é uma exigência primordial. A produtividade sobe e consolida-se. Torna-se numa empresa de referência na região. Amplia-se a fábrica com a construção de mais pavilhões. Está em alta. Depois de recuperada, é vendida agora, há bem pouco tempo, a um poderoso grupo dinamarquês que paga largas dezenas de milhões de euros. A empresa dedica-se, naturalmente, ao mesmo ramo. Os trabalhadores são praticamente os mesmos. A diferença no sucesso está, efectivamente, na gestão. Na organização. No investimento. Na visão e na exigência. Exigência a começar por cima. Não há baldas. Há rigor. Também não há “penicões” no pote.
3 - Do outro lado do Atlântico, todos sabemos que, com Trump ou sem Trump, (melhor seria sem Trump), os Estados Unidos, terra das oportunidades e do sonho americano, são e continuarão a ser a maior potência económica, industrial, militar, tecnológica do mundo. Não há país que se lhe compare. Se pensarmos que este poderio foi construída em apenas duzentos e cinquenta anos, com uma guerra civil mortífera pelo meio, é de espantar ou de não acreditar como isso foi possível. Um grande exemplo a tomar em consideração. Só a considerar, porque para segui-lo é impossível na visão portuguesa. Por cá, tudo é pequeno. O horror às alturas (à riqueza) está sempre presente.
4 - Nós, neste belo país, de novecentos anos e com todas as condições naturais, não temos conseguido sair da cepa torta. Sempre à rasca, sempre à espera do cheque da UE ou sempre a pedir ao Senhor que nos dê sol na eira e chuva no nabal. Temos tristemente um país cheio de pobres e com uma ideologia travessa que tem fobia aos ricos. Um país que se ufana de ter as “contas certas”, mas carregado de dívidas. Um país que gosta da pobreza. Um país sempre adiado. “Comemos as especiarias da Índia, o ouro do Brasil, os fundos europeus”. Para quê?!
Ponto final - Luís Montenegro lidera, agora, o XXIV governo Constitucional. Nota-se bem que o primeiro-ministro tem ambições para mudar esta sina tolhida que asfixia o país de se desenvolver. Foi com Cavaco Silva, nos idos de oitenta, que Portugal deu um forte salto no desenvolvimento. Na aproximação ao pelotão da frente da UE. Melhorou fortemente a vida dos portugueses. Mudou a figura física do país. Fez grandes obras. Depois desse tempo auspicioso, conhecemos as agruras dos neo-socialistas que levaram o país para sítios pouco recomendáveis. Para a “Tanga”, para a “Bancarrota” e para o “Empobrecimento costista”. Só sabem falar em “Estado Social”, SNS e Escola Pública e não em crescimento económico e em criação de riqueza. Rico, na visão esquerdista, é uma palavra endemoninhada. Maldita. Proibida.
Luís Montenegro, um líder esclarecido e tranquilo. Inteligente e com bom desempenho a governar com uma oposição fraca, mas barulhenta, crispada e demagoga, vai, com certeza, dar uma outra vida ao país. Eu acredito, mesmo com esta oposição raivosa e radical a complicar.