A chegada do novo ano é uma boa oportunidade de olhar para o futuro. Todos aproveitámos para recentrar as nossas prioridades e fazer resoluções sobre no que nos queremos focar mais daqui em diante. Por isso, este funciona bem como um momento de reflexão.
Olhando para a minha freguesia, Gualtar, decidi que era importante contribuir para essa ponderação. Assim, apresento em seguida três pontos que acho essenciais serem abordados já em 2025 para que a Junta possa prestar um melhor serviço aos seus fregueses.
Um novo fôlego para a digitalização
No início do seu primeiro mandato, o atual Presidente da Junta apresentou com grande entusiasmo a disponibilização de um canal de contacto com os gualtarenses através da app ‘Juntar a Junta’. Contudo, esta vontade de modernização tecnológica rapidamente perdeu vigor e, atualmente, a aplicação já nem está disponível para download.
Por isso, há que relançar esse impulso nesta área fundamental de uma gestão autárquica de qualidade nos dias de hoje. Talvez um bom ponto de partida seja começar pelos básicos e reformular o website da Junta, que, neste momento, pouco é utilizado e apresenta uma interface pouco convidativa. A partir daí, o caminho da presença de mais informação online e a existência de locais específicos para os cidadãos apresentarem as suas queixas, pedir esclarecimentos ou solicitar serviços da Junta seriam um natural passo seguinte.
Será também importante emparelhar estas iniciativas com ações de divulgação na comunidade e do encontro de parcerias para o fomento da alfabetização digital da população da freguesia, um ponto onde o nosso país está ainda notoriamente atrasado.
Um compromisso com a cultura
Em qualquer comunidade, a cultura é um elemento fundamental para o reforço do sentimento de pertença e isso bastaria para merecer um olhar atento da gestão autárquica. Porém, a cultura faz muito mais do que isso, por exemplo, ajudando também a estimular a criatividade e a inclusão social e promovendo um maior bem-estar e qualidade de vida dos que a ela têm acesso.
Desse modo, entendo que esta deve merecer mais atenção da gestão local. E, se a cultura merece a definição de um plano de ação estruturado para criar um impacto duradouro na freguesia, é fácil identificar exemplos de iniciativas que poderiam ser integradas nesse plano e rapidamente colocadas em prática como a criação de um prémio artístico ou a realização de um ciclo de Cinema ao Ar Livre no Largo das Oliveiras. E, claro, uma resolução para o impasse do edifício da Escola Velha que também integre valências culturais.
Uma aposta forte na transparência
Depois de 50 anos de Liberdade, ainda há muito a fazer para que os órgãos de poder autárquico disponibilizem àqueles que representam um extenso rol de informações que permitam um escrutínio compreensivo e, infelizmente, esta é uma área em que Gualtar ainda tem muito por onde melhorar.
Desde logo, a publicação online - no website e nas redes sociais - de toda as convocatórias, bem como a disponibilização das atas das reuniões públicas, bem como de outros documentos políticos como o Relatório do Estatuto de Direito da Oposição são medidas óbvias. Adicionalmente, outras iniciativas a desenvolver incluem a realização e divulgação de Relatórios sobre investimentos e projetos e a criação de instrumentos participativos dos cidadãos na democracia local, para que estes não tenham uma voz ativa somente de quatro em quatro anos.