Cumprindo-se o calendário eleitoral, em Outubro deste ano, realizar-se-ão as eleições autárquicas. Dos vários candidatos que se apresentam aos eleitores, só dois têm hipóteses de chegar à cadeira do poder municipal: João Rodrigues e António Braga. O resto das listas concorrentes, contentar-se-ão com uns lugarzitos na Assembleia Municipal e com a possibilidade remota de eleger eventualmente um vereador sem pelouro definido.
1 - Não há muito a dizer destas eleições. A dinâmica que se vem a verificar há três mandatos consecutivos dá a vitória à coligação “Juntos por Braga” e com maioria absoluta.
Fazendo um pequeno esboço dos dois principais candidatos, até para o munícipe ficar saber mais alguma coisa, é relevante para a vitalidade municipal que a aposta na juventude seja suficientemente mobilizadora para se escolher João Rodrigues em detrimento de um candidato longevo que está fora das andanças políticas há demasiado tempo. Desde a queda do governo
de Sócrates (de má memória pelo desastre social, financeiro, económico que causou às pessoas, às empresas e, fundamentalmente, ao país), ao qual governo o candidato António Braga pertenceu, não se conhece intervenção de qualquer índole deste ex-secretario de Estado. Em Outubro, António Braga terá 72 anos e meio, idade já muito avançada para liderar um Concelho jovem, dinâmico e em franco progresso.
O tempo político é para a gente nova. Sem dúvida! O tempo cultural é para homens com visão e com “pêlo na benta”, como diz o povo. O tempo de intervenção é para políticos com sangue na guelra. E neste quadro, a juventude, pela visão e pela garra, tem que marcar, naturalmente, a cadência do andamento municipal.
2 - Que razões levaram a concelhia neo-socialista a indigitar António Braga como candidato à Câmara Municipal? Será que o partido não tem militantes jovens, capazes, credíveis, com estatuto social e cultural e com arcaboiço político para disputar a Câmara Municipal à Coligação “Juntos por Braga”? O partido terá consciência que os candidatos mais “velhos” já não estão muito disponíveis mentalmente e em desuso para desafios desta envergadura? Que mais-valias trará um candidato com 72 anos e meio para a cidade a para o concelho? Ou será que António Braga servirá de lebre para livrar a nomenclatura concelhia de uma potencial derrota por muitos?
3 - Por outro lado, a escolha de João Rodrigues foi o resultado de um processo democrático dentro do partido. Foi uma escolha baseada em argumentos sólidos como juventude, experiência autárquica como vereador do urbanismo, capacidade de análise da situação municipal actual, disponibilidade para atender e resolver as necessidades dos munícipes, garra suficiente para dar um novo enfoque ao concelho, e, fundamentalmente, ser um candidato inteligente e com visão.
E como ponto final - Estamos a dez meses do acto eleitoral, é verdade. Muita água passará pela roda do moinho. Muitas virtudes virão à tona e muitos erros cometidos serão expostos. Porém, é preciso pensar e deixar amadurecer bem a ideia de termos no Município um candidato jovem e com vigor. Um jovem, capaz de trazer novidades. Um jovem que quer fazer coisas. Neste tocante, a escolha parece-me óbvia entre os dois: a juventude de João Rodrigues está muito acima da “velhice” de António Braga.