De há muitos anos a esta parte (acompanhando finalistas da ESVV) vou expiar pecados a Santiago de Compostela. Embora bem mais perto, nunca fui – em modo peregrinação – a S. Bento da Porta Aberta. Tendo morado muitos anos no Gerês fui lá, isso sim, às romarias populares em meados de agosto.
Esta semana, com o diminutivo de “S. Bentinho”, este Santo foi muito badalado nos noticiários desportivos porque Carlos Carvalhal (CC) assumiu que lá iria a pé, caso o SCB vencesse a Taça da Liga. Sendo a minha zona de conforto, agora ainda mais devido à nova doçaria conventual - biscoitos de São Bento, feitos à base de mel, laranja e amêndoa - ofereci-me para o acompanhar. Sugeri até, que no final fossemos almoçar ao Gerês no restaurante Lurdes Capela - recentemente escolhido pelo Secretário geral da ONU, Dr. António Guterres – de onde, sei-o por experiência própria, saímos sempre com vontade de voltar.
Ir em peregrinação ao Santuário é sempre uma boa opção, mas caso CC se tivesse lembrado do nome completo do local em causa, acredito, teria pensado duas vezes. Os jogadores ao ouvirem a promessa do técnico, tentaram saber mais sobre “o S. Bentinho” e perceberam que o local se designa por “S. Bento da Porta Aberta”. Interpretando mal o pensamento do treinador, decidiram associar-se à terminologia, e a exemplo do que fizeram em Roma – outro local de culto religioso – abriram em permanência as portas da nossa baliza. Caros atletas, a Porta Aberta destinava-se a acolher peregrinos, não a permitir golos. O motivo da escolha que CC não explicou, deve-se a S. Bento ser reconhecido como “advogado” de coisas ruins e males desconhecidos. É isso que o preocupa, a ele e a nós. Fartos de resultados ruins, andamos todos em busca dos males desconhecidos que os originam. Sentimos necessidade que a nossa equipa “só abra a porta” de muitas em muitas jornadas e não bissemanalmente, em diferentes competições.
Compreendo a necessidade de CC recorrer ao Divino, pois ninguém, racionalmente, consegue compreender que no espaço de quatro dias, se vá do ótimo ao péssimo, usando os mesmos jogadores contra um mesmo adversário. Quem vence em Lisboa, deixando a equipa técnica do adversário com “a porta (de saída) aberta”, não pode, poucos dias depois, escapar a uma goleada à moda antiga, apenas e só, por inépcia dos adversários, como em Roma - coincidentemente outro local de culto religioso.
Descobertos os males, sugiro que CC leve os jogadores a Santiago de Compostela. Lá não há nenhuma porta aberta, mas sim uma Porta Santa que só abre em ano Jubileu - quando o 25 de julho calha a um domingo. Não menosprezemos também o facto de São Tiago ser conhecido como “Matamouros”. Se, religiosamente falando, a nossa baliza se assemelhar a esta Porta e fizermos jus ao cognome do Santo, estou certo que na outra Taça, ultrapassaremos o Lusitano de Évora e mostraremos as novas valências em visita à Luz ou ao S. Luís.
Têm a palavra os principais interessados (jogadores, staff técnico, médico e diretivo) bem como todos os associados.
Votos de bom ano para todos os leitores.