Ele aí está, aqui temos o ano 2025, tão criança que mal lhe podemos outorgar responsabilidades, antes desejos de amparo e sucesso. É o ano 2025 nos seus primeiros passos. Mas não lhe faltam as fraldas dos horóscopos mostrando-lhe os caminhos que hão de vir, não lhe faltam as cartas tarô para lhe adivinhar a de cobrir. O Ano Novo não se pode queixar de falta destas muletas e é curioso como há gente caminhada, nem os adivinhos para lhe tecer a manta com que se há de acreditar em qualquer destas coisas e sobre esta “fé” se faz acólito recomendando, ou concebendo como uma inevitabilidade estes palpites grosseiros. Nem sequer Nostradamus escapa a esta fúria de adivinhação sendo citado aqui ou mais acolá os seus prognósticos tão erráticos como os de hoje. Mas são tantos os ingénuos e não se diga que apenas os pouco estudados pertencem a esta quartel porque na parada dos que querem ver o futuro nas cartas ou nos horóscopos conhecemos alguns que me que me atiram com o adágio espanhol: não acredito em bruxas mas que as há, há. Não posso deixar de amar estes crentes porque esta é a fuga às realidades verificáveis. Se formos a ver o que nos dizem os signos e confrontá-los com a verdade, verificámos que as suposições não passam de abusos dos crentes. O melhor é acreditar em si, fazer o seu caminho, escutar as suas obrigações e deveres e nesta teia que se chama viver, encontra a autoestrada da sua personalidade. Somos o que somos e não aquilo que os adivinhos querem que eu seja. Não perca tempo com o farelo, olhe com cuidado para a farinha porque só esta sendo boa pode dar bom pão. O resto são explorações de ingénuos que se entregam nas mãos de manipuladores de sentimentos. Os mais velhos lembrar-se-ão da sina lida nas palmas das mãos pela ciganas em dias de feira e romarias. E havia quem acreditasse. Será que a vida real é assim tão amarga que a adoçamos com a ilusão para a tornar mais doce? 2025 ainda gatinha, é uma criança curiosa e esperamos todos que ao tornar-se adulta seja aquele sonho doirado que todos queremos e desperte para a realidade da vida como ela é.