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Notas soltas

O artigo de hoje destina-se a fazer algumas avaliações e a atribuir algumas notas soltas, sendo umas pela negativa e outras pela positiva. Com a aproximação do final do primeiro período parece uma altura indicada para que eu aplique algumas classificações, bem ao jeito da nobre profissão que desempenho há várias décadas. 

A primeira nota negativa vai direta para a temporada da equipa de Sub-23, que tem estado a roçar o miserável. Como não conheço o contexto do trabalho efetuado faço uma apreciação de fora, suportada nos resultados registados. A temporada começou mal, mudou de direção com a substituição de treinador, mas o destino permanece o mesmo. Ainda que os resultados não sejam o mais importante, talvez seja altura de os responsáveis avaliarem seriamente tão fraca prestação, de atletas a quem tudo lhes é proporcionado.

A segunda nota negativa vai para o futsal, que já detalhei num artigo dedicado à modalidade. As saídas de Robinho e de Allan parecem não ter sido compensadas com as entradas verificadas, em especial o primeiro, dado que se trata de um atleta de eleição, diferenciado e repleto de classe. Os resultados na liga têm sido sofríveis e a prestação na mais importante prova europeia passou ao lado do sucesso, em especial devido à menor prestação verificada na goleada sofrida frente Anderlecht, na Ronda de Elite da Liga dos Campeões de futsal, que determinou o afastamento da final four. Agora é tempo de trabalho arduamente com a finalidade de voltar a competir com os melhores.

A terceira nota vai para a equipa B, que não sendo negativa também está distante das classificações elevadas. Estes jovens Gverreiros ainda não perderam, mas não deixam de causar apreensão os sete empates já registados. Obviamente que o crescimento deste escalão se faz gradualmente ao longo da época e os objetivos de apuramento para a fase final definidos estão perfeitamente ao alcance, uma vez que por esta altura a equipa fecha o pódio da série que integra. Acredito que o tempo faça melhorar a performance do conjunto secundário arsenalista, a ponto de colocar alguns nomes na rampa de lançamento para a equipa principal.

A quarta nota vai para a equipa principal, que tem registado um percurso oscilatório que não se recomenda. O trabalho de planificação inicial parece ter sido mal feito e o que torto nasce tarde ou nunca se endireita. Contudo, o trabalho de Carlos Carvalhal tem colocado a equipa num percurso ascendente que merece ser registado. Numa análise fria posso considerar que os brácaros seguem vivos nas quatro competições em que participam, uma vez que na Taça de Portugal vai defrontar na Pedreira o Lusitano de Évora, nos oitavos de final, e na Taça da Liga o SC Braga irá marcar nova presença na final four, outra vez disputada em Leiria no próximo mês de janeiro. Na Liga Europa o triunfo seguro sobre os alemães do Hoffenheim colocou os bracarenses nos trilhos do apuramento, ainda que os jogos vindouros sejam de dificuldade elevada, a pedir Gverreiros de verdade. Na liga portuguesa os braguistas seguem em quinto lugar, mas parecem em franca recuperação, em especial depois da mudança de sistema tático que tornou a equipa mais segura e consistente, como provam os últimos três jogos sem sofrer golos. Aguardemos pelos próximos tempos para ver se no Natal a consoada será bem degustada pela Legião do Minho e a classificação ao trabalho global pode subir do patamar em que se encontra, que sendo positivo ainda está distante do que pode atingir. 


 

António Costa

António Costa

5 dezembro 2024