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Ponto por ponto

 


 

 


 

1 - A “guerrilha” constante entre a oposição e o poder – (é disto que se trata) – é um assunto recorrente e imperceptível na cabeça dos portugueses. Pelo menos, na cabeça de alguns que não se conformam com o “estado da sua nação”. E com todas as razões do mundo. Não se entende mesmo tanto bloqueio e tanto afrontamento a um governo que tem mostrado capacidade, calma e paciência para resolver os grandes problemas que lhe legaram. A oposição teima em não querer fazer o que lhe compete: fazer oposição inteligente e construtiva. Não entrar no “bota-abaixo”. Daí, politicamente, não haver benefícios para o cidadão, nem ganhos para a democracia. Há pagode e muito sensacionalismo para os jornalistas se refastelarem com o comedouro dos casos (o que está na berra é o INEM e a seguir vem outro e... outro) e para os comentadores criarem factos. Para ocuparem o seu tempo no espaço público e afivelarem-se com uns trocos. 

Vou, contudo, apresentar algumas questões para se tentar perceber um poucochinho do que se passa neste maravilhoso país encostado ao Atlântico. 


 

2 - E começo este trabalho com as afirmações, no meu ponto de vista, relevantes e anómalas, de uma política da região. Esta política, na eleição para a distrital do seu partido, apoiava determinado candidato. Estava e está no seu pleno e estatutário direito de apoiar quem entender. Pouco tempo depois, passou o apoio para o candidato da lista opositora. Mudança estratégica (?) e de uma forma pouco anormal. Abordada para justificar a alteração no apoio, disse ela peremptoriamente: “tenho que olhar pela minha vida”. Isso mesmo, sra. política! É assim mesmo. Tem que olhar bem pela sua vida. Coerência a rodos e boa consciência! Política e cívica. Um bom exemplo de entrega à causa pública. Nem mais. E o resto,, a sua intervenção social, pouco ou nada interessa? Sim?! Interessa ou não?! Parece que não! O que importa é olhar pela sua vida. Pela vida dos seus. Pois claro. Tem toda a razão. A vida dos outros está fora de questão. Não faz parte da agenda e das suas preocupações, não é verdade?!. 


 

3 - E anda o eleitor a incomodar-se em votar em gente que supostamente deveria pôr o interesse do país acima dos seus próprios interesses. Afinal de contas, não é isso que acontece neste país. São eleitos para olhar pelos seus interesses. Pelas suas vidas. Quem diria?! Não será esta a tomada de posição abrangente na política nacional? Não sei responder com clareza, o que é pena. Mas, tenho as minhas convicções, como diz o outro. Depois queixam-se da indiferença perante a democracia. Do não me rales. Do votar para quê? 

Pessoalmente, sinto-me defraudado com este tipo de interesses mesquinhos e egoístas que, sem ser surpreendentes, causam-me confusão e perplexidade demais. O país não precisa destes políticos. A política não precisa destes servidores. A democracia não precisa destes eleitos.


 

4 - Passemos agora a questões pertinentes que me trouxeram aqui. Por que razão o país não se cola ao pelotão da frente da UE no tocante ao desenvolvimento e à qualidade de vida? Por que razão há tanta pobreza? Por que razão os serviços públicos estão tão debilitados? Por que razão os governantes arranjam sempre desculpas para fugir às responsabilidades?


 

5 - O país está em contínuas trapalhadas. E aos trambolhões. As condições políticas são propícias para o teatro gratuito. Um governo em minoria e uma oposição cheia de “raiva”. Um governo que quer resolver e uma oposição que complica. Como é possível entender que um partido que esteve oito anos meio no poder e com poder absoluto, que praticou com zelo o nepotismo de Estado, que andou a brincar com o “habituem-se”, que espezinhou até ao limite o PSD, que perdeu 42 deputados e vir agora cheio de ideias, de vigor, de tretas fastidiosas querer impor o que não fez ao governo que lhe sucedeu? Estes desvios democráticos só acontecem, porque a massa crítica é diminuta e pouco esclarecida e as elites pensantes estão mais interessadas em colocar-se ao lado dos poderes ou marimbar-se para os problemas que afectam este país que nos querem impingir como um território pobre e sem recursos naturais, o que é uma mentira descarada, mas muito bem trabalhada para amolecer as mentes conformadas.

Armindo Oliveira

Armindo Oliveira

1 dezembro 2024