O SC Braga regressou às competições, depois da pausa das seleções, com uma deslocação a Matosinhos para a Taça de Portugal, a trazer à memória outros tempos do passado, em que os dois emblemas demonstravam grande vitalidade. Atualmente o Leixões SC milita no segundo escalão e tem legítimas ambições de subida, graças a um projeto ambicioso elaborado pela atual SAD que envolve, por certo, investimento e risco. Veremos como acaba este desafio, ainda que os leixonenses mantenham alguma apreensão pelo facto de a SAD ter adquirido o Complexo de Fão, outrora explorado pelo SC Braga, o que representa receio de uma deslocalização dos jogos para longe da sua casa de sempre. Sinais dos tempos, que inquietam as pessoas, legitimamente.
O treinador bracarense, Carlos Carvalhal, teve algum tempo para treinar algumas situações diferenciadas, agora que o modelo apresentado sofreu alterações em relação ao início da temporada. Contudo, um processo demora o seu tempo a implementar, pelo que existe uma luta contra esse mesmo tempo com a finalidade de ver a equipa chegar a um patamar que satisfaça a Legião. O trabalho específico realizado dará agora lugar a nova fase de competição intensa, com a equipa a ter jogos que complementam os treinos.
Avisados pelas dificuldades inesperadas que passaram na viagem ao recinto do 1º Dezembro, onde João Moutinho garantiu a passagem apenas no último lance do encontro através da exímia marcação de um livre direto, os brácaros abordaram o duelo frente ao Leixões SC com todas as cautelas e sem quaisquer poupanças, pois era importante seguir em frente e dar um fim triste à festa leixonense do início da partida, quando recordou o feito ímpar de ter a sua equipa chegar à final da Taça de Portugal quando militava no terceiro escalão sob a orientação de Carlos Carvalhal, na altura um jovem treinador cheio de ambição e que foi a Braga garantir o bilhete da final, dando um dos momentos mais tristes a toda a Legião do Minho naquele dia em que o “impossível” deixou de ser.
A partida de Matosinhos disputou-se num terreno repleto de areia que se assemelhava a um relvado, o que colocava dificuldades acrescidas às duas equipas. O jogo permitiu que surgisse Bruma no areal para resolver a partida com dois golos, sendo o segundo através de um livre direto de pura classe do jogador arsenalista, que mostrou uma vez mais a Roberto Martinez que em Braga existe gente selecionável, se ele assim desejar. O treinador braguista desta vez nem hesitou em refrescar a equipa e a passagem da eliminatória aconteceu sem sobressaltos, refreando os ânimos matosinhenses, cujos adeptos inexplicavelmente entoaram insultos dirigidos ao lado oposto, comportamento que nada se coaduna com a homenagem anterior feita a Carlos Carvalhal, também ele um membro da Legião.
Agora segue-se a receção ao Lusitano de Évora na próxima eliminatória, mas, antes disso, há muito caminho para percorrer que requer a atenção de toda a equipa, a começar já hoje frente aos alemães do Hoffeinheim para a Liga Europa.
Uma nota final para falar de um assunto fora do tema na abordagem à relação entre a vida e a morte que nem queremos ouvir falar, nesses dois extremos que quando se tocam provocam dor. É neste contexto que desejo a minha irmã Rosa Maria possa descansar em paz agora que nos deixou. Até sempre.