Na atualidade vivemos numa sociedade altamente sedentária, não é novidade para ninguém basta observar o sobrepeso dos nossos alunos, desta forma a prática de atividade física e desportiva adquire uma importância cada vez maior para a sociedade, particularmente para as crianças e jovens. O Desporto Escolar assume importância na rede da oferta do dessas atividades, como meio de fomento dos valores da Educação, do incremento cultural e da promoção dos hábitos de estilos de vida saudáveis. Portugal é assimétrico, e este é um problema grave para muitos dos nossos jovens, pois, não há uma oferta sistematizada e equilibrada de atividades desportivas para a população em idade escolar. Isso não permite criar hábitos desportivos e atividade regular e sistematizada, é por essas razões que temos índices muito baixos de praticantes desportivos, e, desta forma, muito há a fazer. Nas cidades e nos meios de aglomeração populacional ainda há clubes que promovem prática desportiva, mas em muitas zonas do país, se não for o Desporto Escolar, não há efetivamente uma oferta desportiva consistente. Se fizermos uma análise à oferta da prática desportiva no nosso País, percebemos que existem “zonas demarcadas” das modalidades amadoras, mas em todo o território nacional as escolinhas e clubes de futebol imperam e dominam o ”cardápio” das escolhas e, diria que é “prato único”, em muitas terras e cidades portuguesas.
O Desporto Escolar carrega uma missão fundamental: abrir o leque da oferta desportivas às “outras” modalidades. O desporto é um direito de qualquer cidadão, e deveria ser acessível a todos, quaisquer que sejam as suas capacidades, interesses e condição. A sua mais valia é que constitui um fator de inserção, de igualdade, de equidade, de elevador social, de tolerância, de aceitação das diferenças e de respeito pelas regras. É evidente que o Desporto Escolar não é só competição, existem mais parâmetros que fundamentam este programa, mas as vertentes educativas e desportivas têm que estar de mãos dadas e são as razões mais fortes que o tornam fundamental para a população escolar e diria para a sociedade portuguesa. A gratuidade da prática desportiva é por si só uma razão extraordinariamente importante para o nosso país. No Portugal profundo pode haver oferta desportiva de excelência, com professores qualificados, e com condições materiais nas escolas, de forma totalmente gratuita. Eu acredito no Desporto Escolar, desde que fui professor numa belíssima terra fértil em futebol para os rapazes e zero oferta para o género feminino. As modalidades que a Escola oferecia estavam repletas de praticantes e foi o Desporto Escolar o grande responsável da criação de alternativas à prática desportiva regular e à criação de uma cultura enraizada de algumas modalidades. Há problemas de implementação do Desporto Escolar, face às limitações financeiras e às escolhas do País, no entanto, investir na formação integral das crianças e jovens pode ter custos, mas parece-me que quando o retorno é extraordinariamente mais vantajoso do que os ter presos à obesidade e à falta de saúde.
