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A guerra não tem ideais, tem idiotas

 

 

Penso e sinto que os tempos que estamos a atravessar são instáveis. É, por isso, uma incógnita quanto ao futuro e uma incerteza quanto ao presente. É uma incógnita quanto ao futuro porque no palco mundial paira a certeza de que a Ucrânia, Israel, Líbano, ou Irão, transformaram-se num tabuleiro onde se joga uma outra ordem social que não a nossa. Se observarmos o passado todos os grandes conquistadores ou fazedores de guerra tinham um plano para satisfação das suas ambições pessoais. O huno Átila, o mongol Gengis Khan e Alexandre da Macedónia, estes os mais notáveis, a par de outros menos conhecidos, mais não foram que ambições pessoais destes mentores. Bem mais perto de nós, temos Hitler e Napoleão que sonharam ser senhores de toda a Europa. E, ainda mais perto, temos Putin que anseia reconstruir a grande Rússia anexando nações que já estiveram debaixo do seu domínio e mas que querem ser independentes. É o caso da Ucrânia. Quantas outras se lhe seguirão? Com a recente reeleição de Trump na América, amigo e admirador de Putin, abre-se uma enorme brecha na paz em que temos vivido e abre-se uma larga janela para uma guerra entre as liberdades e as ditaduras. O ditador do Kremlin encontra no inquilino da Casa Branca um trampolim para afirmar a Rússia como grande potência mundial que, até à data, nunca conseguiu. Julgo que estes dois colossos lutarão, num futuro muito próximo, num projeto para diminuição da importância e projeção da Europa. Penso igualmente que a estratégia assenta na desvalorização da moeda europeia em favor do dólar americano: Esta estratégia é uma maneira subtil de diminuir a capacidade económica da Europa a favor duma supremacia américo soviética. A China ficará de outsider em tudo isto porque, como já o dissemos uma vez, o que mais lhe interessa é a guerra comercial em detrimento da guerra dos canhões ou drones. Por talvez pensarem assim, é que treme de medo a Europa como um todo, a ONU, a Nato e as economias abertas como a nossa que dependem e muito das economias de outros países. Pobre Ucrânia e esforço inglório de Zelensky; a paz que Trump propõe é a perda de território ucraniano em troca de uma paz humilhante. E lá se vai a Crimeia e todos os territórios que dão acesso ao mar Negro. É a maneira de forçar uma legalização de um roubo; a lei da força contra a força da razão.E será certamente esta a diretriz da nova ordem social? Receio que sim.



 

Paulo Fafe

Paulo Fafe

11 novembro 2024