A última vez que aqui escrevi um artigo o seu título era elucidativo sobre o conteúdo, quando escolhi “serenar a vencer”, uma vez que o SC Braga tinha estancado um período de resultados negativos, em diversas competições, em que três derrotas só eram compensadas por um difícil triunfo frente ao 1º de Dezembro para a Taça de Portugal. Ora, após esse texto opinativo os brácaros já realizaram dois jogos, de que resultaram dois triunfos complicados por 2x1.
Há uma semana a Pedreira era palco de mais um dérbi cuja rivalidade ancestral vai muito para além das quatros linhas e do futebol, não existindo por isso outro de nível idêntico em Portugal. O Vitória SC visitava o SC Braga com o triunfo recente para a liga portuguesa bem presente na sua memória, o que aumentava exponencialmente a sua confiança para este duelo, ao passo que esse resultado gerava desconfiança na Legião do Minho. O vencedor desta eliminatória seguia diretamente para a final four da Taça da Liga, que se disputará de novo em Leiria, no próximo mês de janeiro, pelo que só a vontade de vencer invadia, uma vez mais, a alma das equipas e dos seus adeptos. Tudo parava e nada mais importava para além dessa vontade.
Para a história fica o registo de um triunfo bracarense, conseguido depois de uma complicada inversão do resultado, dado que cedo os conquistadores se adiantaram aos Gverreiros no primeiro ataque que realizaram, chegando a resposta através da igualdade conseguida por Niakaté e o golo do triunfo por Bruma na conversão de uma grande penalidade que a tecnologia ajudou a decidir, com o jogador arsenalista a encher o balão do seu contentamento, para gáudio da plateia braguista. Estava, com este resultado, corrigido o mau jogo e péssimo desfecho que não agradou nada na parte do Minho onde se conseguem ver, por vezes, Gverreiros de verdade, faltando ainda assim maior consistência e um acrescento de beleza na performance da equipa de Carlos Carvalhal. O objetivo primordial foi obtido com sucesso e permitiu encarar o jogo de Arouca com a tranquilidade de quem quer chegar os lugares cimeiros, sublinhando a sua qualidade. Neste jogo, o triunfo chegou com alguma naturalidade, ainda que a equipa tenha passado por momentos de aperto que eram evitáveis se a eficácia fosse superior. Mas, os três pontos garantiram o aluguer do quarto (lugar) que surge no horizonte como objetivo mínimo para o conjunto arsenalista.
Agora segue-se um confronto para a Liga Europa, em que os brácaros tentarão na Suécia diminuir os efeitos negativos das duas derrotas sofridas na competição. Para tal é preciso vencer um Eflsborg que é capaz do melhor e do pior, mas que parece ao alcance do universo braguista. Contudo, o foco braguista também está direcionado para domingo, uma vez que o SC Braga recebe o Sporting CP na despedida de Amorim, que a seguir segue para o Manchester United, depois de fazer aos leões o mesmo que fez em Braga. Assim, atendendo ao passado recente e a alguns atritos conseguidos, espero que as bancadas braguistas saibam despedir-se do treinador que, mesmo não parecendo, teve em Braga um clube que o ajudou a subir na carreira antes de abandonar um barco que caminhava em águas que pareciam conduzir ao sucesso. Rúben Amorim, por certo, irá ter uma despedida que os braguistas o ajudarão a lembrar por muito tempo.