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Não nos iludamos

 

 



 

A ideia que prolifera por aí é a de que Portugal é, claramente, um país dos mais seguros de mundo. Reforçada pelo conceito de que nós, portugueses, somos um povo de brandos costumes, acolhedor, pacífico e ordeiro. Desejosos de continuarmos a viver em paz, despois de uma desgastante guerra na África colonial que nos ceifou muitas vidas e estropiou outras. Facto que abriu a possibilidade aos governantes, da era democrática, se dedicarem a colocar o país nos eixos. Porém, tal tarefa tem-se mostrado complexa e conflituosa perante as ideias políticas antagónicas acerca da imigração. 

Ora, nos dias que correm, já temos visto grupos mercenários, pagos a peso de ouro, ao serviço de Estados interessados em ganhar vantagem num qualquer conflito bélico. Analogamente, embora por motivos diferentes, há grupos de gangs violentos que pouca gente sabe de onde vem o dinheiro para os sustentar, nem quais reais intenções que os movem. 

São milícias de ativistas das mais variadas causas, subvencionados por organizações internacionais, para ações de vandalização e destruição de bens públicos e privados. Movendo-os a intenção de levarem avante o caos e a anarquia às Capitais dos países com democracias liberais. Usando as redes sociais sempre que pretendem reagrupar as suas células de marginais, a fim de conseguirem criar impacto na opinião pública. Contando, para isso, com o estímulo de certas cores do espetro político-partidário.

Ademais, é fácil entender a forma como esses bandos afrontam as nossas forças de segurança, indiscriminadamente, considerando-as um sério entrave às suas movimentações no terreno. Bastando existir um caso de negligência, numa ação policial, para crucificarem toda uma classe que luta, trabalha, zela pela segurança na comunidade e garante a paz pública. Mas haverá alguém no mundo que nunca tenha cometido um erro? 

Contudo, com as opiniões todas, mais ou menos, alinhadas no discurso, na moda, do racismo, xenofobia e ódio, imputados aos policiais, é o mesmo que dar o benefício da dúvida a quem pratica o vandalismo e atenta contra a vida humana. No entanto, uma pergunta se impõe: será que depois de toda esta amálgama de acontecimentos, em Lisboa, esses agitadores vão parar? Será que se fosse um civil a matar um agente da PSP, haveria igual onda de revolta?

Não nos iludamos. Uma vez tomado o pulso à sociedade, a qualquer momento, a barbaridade ressurgirá. Sobretudo, se não for entendido que há algo mais profundo subjacente às campanhas de autêntico terrorismo que esses grupelhos procuram levar a cabo, no intuito levarem os seus patrocinadores ao poder.

Entretanto, pelo meio, regista-se um fenómeno de índole algo contraditória, ao ser atribuída a culpa desses tumultos à capitalista economia de mercado europeia Se assim pensam, por que carga d’agua outros povos arriscam a vida no mar para chegarem à Europa? Será que é por não haver investimento, criação de riqueza, emprego e direitos sociais, como nos seus países de origem? Ou porque acham que vêm aqui oportunidade de uma vida melhor?

Porque é que, apesar de o nosso país não estar estruturado para conter imigração aos magotes, cujas condições deixam muito a desejar, insistem em ficar? Ou é porque preferem a pobreza daqui às condições de vida nos seus países? Sendo caso para parafrasear o juiz Fráguas, na Sentença da TVI: – “se assim é, depois não se queixem!”. 

Já muito foi badalado sobre o motim ocorrido, há dias, na Capital do reino. Com inúmeras palavras de conforto aos familiares e amigos do infeliz cidadão, Odair, morto por um polícia. Contudo, poucos lamentos se ouviram pelos graves ferimentos do Tiago, que conduzia o autocarro da Carris, atingido por um ‘cocktail molotov’ arremessado, por ‘wokistas’ encapuzados para dentro da viatura, deixando atrás deles um rasto de fogo e destruição. 

É, pois, tempo de serenar os ânimos e aguardar que a Justiça se faça. Isto é, acuse e julgue com mão pesada os verdadeiros culpados. 

 

Narciso Mendes

Narciso Mendes

4 novembro 2024