Mas que é isto? Estamos a assistir a uma governação da AD como mero amanuense ou executante das políticas do anterior governo, liderado pelo Dr. António Costa? E, mesmo assim, custa ao atual PS, concordar com o que António Costa tinha concordado! O governo também tem culpa porque deve andar para a frente e concretizar as promessas eleitorais, sem medo ou hesitações. Cá estaremos nós para sacar a culpa a quem não deixa governar. Esta é a verdade sentida fora dos círculos políticos nacionais e agora, qual Penélope, querem desfazer a teia que teceram antes. Este PS ficará na memória de todos nós como aquele que tinha tudo para dar certo e deu tudo errado; António Costa deve sentir-se humilhado pela ação política do seu sucessor. Este diz-nos claramente que se fosse ele a governar, daria andamento aos grandes projetos nacionais que ficaram nas gavetas; desta inércia incompreensível se aproveita a AR para fazer “aquilo que ainda não foi feito”. Quando, agora e à pressa, o atual governo quer os dinheiros destinados por Bruxelas para a construção de habitações mais acessíveis, a gente fica espantada como em tempo próprio o PS não foi buscá-los; corremos agora um risco desnecessário de ficar sem ele. Mas porquê, senhor dr. António Costa? Ora, como a AD não governa, quem governa é o parlamentarismo, o atual líder do Partido Socialista só não fica entre a espada e a parede porque se não referencia senão pelo seu projeto, e doa a quem doer; apoia ou não apoia segundo o seu programa. Este quiproquó político – parlamentarismo versus governo, que se tornou o moço de recados ou amanuense do Parlamento, já se tinha demitido; esta situação insustentável, só se criou derivado ao medo de António Costa governar: não quis ofender a extrema esquerda que no íntimo tanto considera e o resultado está à vista de todos. A AD governa a rogo. Vai governando, sem honra nem glória. É um mandado e não um mandante. Mas o eleitor o que deseja é que essas grandes obras se façam; sempre, em seu juízo, aplicará a lei do futebol: quem mete o golo é que é o herói e não quem lhe passa a bola. Neste caso o goleador é AD. Mas isto basta para um governo? Se basta então estamos todos sossegados mas quem se habituou a servo raramente é senhor.