S. João é sempre jovem
Danado p’ra brincadeira,
A cada ano que passa
Nos tiras da pasmaceira.
Ó meu S. João de Braga
Só tu pões o povo alegre,
Capaz de mandar a tristeza
Pró diabo que a carregue.
São João é o da Ponte
A maior festa do povo,
A cidade fica ao rubro
E cheiinha como ‘ovo.
Damos o alho a cheirar
Marteladinhas levamos
Faz parte da tua festa,
S. João, todos gostamos.
De marteladas a sério
Precisava a edilidade,
São João, sabes porquê?
Porque faltou à cidade.
Sete Fontes utopia,
Convertidas é hotel,
E a capela, S. João,
A não sair do papel.
O que não sai do papel,
S. João, todos sabemos
É o prédio ‘São Geraldo’
Que continua em oremos.
Sou de Braga, S. João,
Não falto à tua festa,
E rezar na capelinha
É tudo quanto me resta.
A cada ano que passa
Ao São João quero ir,
Só é pena ver ao lado
O velho ‘Estádio’ a cair.
P’ra chegar ao S. João
Braga criou suas vias
De fazer parar o trânsito,
Que o diga o nó d’ Infias.
É aos saltos e pulinhos
Que circulamos em Braga
Diz-me cá, meu São João,
O dia em que isso acaba?
S. João e o cordeirinho,
Ambos felizes da vida,
Foram da Ponte à Arcada
Ver as obras d’avenida.
Milhões ali enterrados,
São João, outro virá
Desfazer o que foi feito
E o túnel prolongará.
Só dotando a Avenida
De condições pedonais,
Viver em Braga será,
Meu São, bom demais.
Quem te vai ver S. João
Seja de noite ou de dia,
É raro usar a calçada,
Porque vai pela ciclovia.
S. João se há em Braga
Muita gente a despejar.
Qual a razão da demora
Em construir nova ETAR?
Muita parra pouca uva,
São João, se pode ver
Que nesta bela cidade
Muito está por fazer.
Confiança foi celeuma
E finca pé cultural
De S. Vítor, São João,
É dormitório afinal.
Ó meu S. João de Braga,
Livrai-nos de toda a peste,
Sobretudo a dos despejos
P’ra dentro do rio Este.
Leão, dragão, lampião
São rimas de São João,
Só espero que p’ró ano
Seja o Braga campeão.
A democracia é linda
Num estado de direito
Mas não pode S. João,
Haver falta de respeito.
A inflação vau subindo,
Meu S. João, sem igual
A bem da distribuição
E excedente orçamental
Um Governo em minoria
Também pode governar,
Só não pode, São João,
Sem o sim parlamentar.
Acerca deste país,
S, João, diz-me afinal
Se achas o Costa lento
E o Montenegro rural?
Se sábio dizem que és,
S. João, sempre frontal,
Achas bem a borradice
Do ativismo ambiental?
Meu rico Sanjoãozinho,
Ao teu redor tudo é belo,
Só te peço um milagre,
O de calares o Marcelo.
A estribeira já perdeu
Marcelo sem cerimónias,
Quando falou, São João,
Em reparos às colónias.
Ó meu S. João Batista
Que és santo popular,
Intercedei pela paz
P’ró sofrimento acabar.
Ora agora viras tu,
São João, e viro eu
Vira a Marta e o Bugalho
No Parlamento Europeu.
A censura anda à solta,
Ó meu S. João Batista,
Regular as migrações
Dizem que é populista.
Rimas como “fogachos”
Em noite de São João,
São balões iluminados
No meio da escuridão.
São João, fico feliz,
Espero que tu também,
Só me resta despedir
Até p’ró ano que vem.