O dia 15 de Junho ficará como um dia memorável já repetido em anos anteriores, em que peregrinar ao S. Bento, ou subir a serra do Gerês, essa estância turística banhada de água e úbere floresta verdejante, que evoca a “Suíça portuguesa” com serranias alcantiladas e desfiladeiros ásperos num clima irreprimível nos recorda a” celebração da vida” pujante como a estrela de David inspirada na sabedoria de Salomão: “uns repartem o que é seu, e ficam mais ricos; outros arrebatam o que não é seu, e sempre são pobres”...
Foi certamente a máxima que o senhor Domingos Névoa inscreveu na sua vida através do talento e génio, empresário de sucesso, que começou na construção, depois de alguns anos como emigrante na França.
Não se trata de ostentação de poder económico ou de força hercúlea do homem humilde e simples, que subiu a pulso expresso no local Matavacas, serra do Formigueiro, de corregos alcantilados, carreiros tortuosos e íngremes da freguesia do Rio Caldo, traduzindo o percurso de uma vida naquilo que Guerra Junqueiro escreveu: “Gravai na vossa lembrança/ e meditai com horror/ que o homem saiu da criança / como o fruto sai da flor”.
Foi assim essa jornada da empresa gigante,que agregou clientes, colaboradores, empregados e amigos num verdadeiro festival, em que nada faltou, se cantou e dançou ao som de um conjunto musical e se bebeu cerveja artesanal confeccionada para o efeito. Fez-me lembrar o festival da cerveja em Munique, ou das grandes empresas alemãs, em que patrões e operários todos juntos convivem fraternalmente sem distância, preconceitos de pergaminhos ou diplomas. Não será isto a explicação do êxito, na simplicidade, bonomia e generosidade do homem que já controla mais de 35%da Mercedes em Portugal , não falando de imobiliária e empresas de construção?
Mas o senhor Domingos não se fica por aí: prepara jovens para o futuro; põe à disposição carrinhas, que, todos os dias transportam do Gerês para Braga, ou de Fafe, Cabeceiras e Celorico para Guimarães a fim de aprenderem mecânica nas diversas filiais, ou nas suas empresas de construção. E diz ele: “mais importante do que dar o peixe pescado ou viver de subsídios, importa dar a cana de pesca a jovens para lhes preparar o futuro!” Como poderíamos aprender tanto destes visionários empreendedores, que preparam novos agentes através de cursos profissionais e outros, como fazendo de mecenas e benfeitor em várias instituições, cimentando projetos e contribuindo para que mais pobres e débeis se sintam mais felizes. Tendo investido na melhor formação da sua família, augura um futuro próspero, sem invejas ou amuos, contribuindo para o bem-estar de todos.
Portugal precisa destes empresários como Champalimaud, Daimler, Bosch, Belmiro de Azevedo, Zara, etc, com almas grandes que põem o seu génio ao serviço de outros, levando a mais produção de riqueza e transformação do País, em vez de reivindicações, por vezes selvagens, distribuindo o que não produzimos. Serão disto conscientes os nosso políticos, fazendo uma economia baseada apenas em impostos, ou fomentando um espírito consumista, distribuindo o que nem produzimos? E Verdade, por trás de um grande empresário existe uma grande alma, capaz de correr grandes riscos, mas sempre com grande fé e esperança, sem egoísmos, mas com grande sensibilidade. Ser rico é sinal de bênção…mais importante é saber o que fazemos com a riqueza.
Foi esta lição que absorvi desta vida em plenitude e exuberante de altruísmo e magnanimidade no espírito da estrela de David e outras… Parabéns, senhor Névoa!