twitter

Ponto por ponto

 


 

 


 

Ainda a propósito da vinda de Úrsula van der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, para se juntar à arruada da campanha da AD. Nada impedia que viesse, a não ser esta gente, os activistas do costume, com ruídos pró-Hamas, que reagiram na rua à sua passagem. E como de costume manifestaram-se com o foco desfocado da realidade. A ideologia cega-os. A cegueira ideologia-os. E andam nisto como fossem os únicos construtores de um mundo novo, mundo esse, onde, eles próprios, não querem viver. A sorte deles é que nasceram e vivem num país ocidental. Aqui, podem mostrar o seu potencial de descontentamento e as suas “solidariedades” com as causas dos outros. E em liberdade. Fica-lhes bem. Esquecem, contudo, o que se passa dentro de portas, como por exemplo, na Educação, na Justiça, na Saúde. E essencialmente na demografia. Um desastre anunciado que trará graves consequências a todos os níveis a este velho país. Como ponto de ruptura, gostei imenso da resposta calma e assertiva da líder europeia. 


 

1 - Estes activistas se contestassem na Rússia por motivos idênticos, um minuto depois, estavam enfiados, e de maneira violenta, nas ramonas da polícia. E depois, pouco ou nada se sabia dos seus destinos. Talvez conduzidos para os novos gulagues putinistas como aconteceu ao líder da oposição, Navalny. Se fosse no Irão, República Islâmica, estavam sujeitos a colocarem a corda no pescoço para desaparecerem de cena. Se fosse na China, sujeitavam-se a suportarem o custo da bala que os arrumava de vez. Se fosse na Coreia do Norte, aí, iam eles de guias e até por simpatia também os seus familiares directos comiam com a mesma dose. E na Venezuela a fome os esperava. Em Cuba idem aspas. Estas são realidades de uns tantos países comandados pela “tropa” comunista ou por fanáticos religiosos, cujo vida das pessoas tem pouco valor e nenhum sentido. Liberdade individual é uma coisa do outro mundo. 

Esses activistas podem contestar num país ocidental. É fácil. Complicado é contestar nas ditaduras políticas ou religiosas. Lá, a vida, para os “críticos” está presa por um fio.


 

2 - Vivemos no Mundo Ocidental. O mundo das liberdades, das garantias e dos direitos. O mundo da livre opinião. Da tolerância. Da livre manifestação. Essa gente do “wokismo”, das tretas da ideologia do género, das desigualdades, das pinturas nas paredes e nas pessoas, das alterações climáticas em exagero podem sair para a rua com toda a liberdade e com a total garantia defender as suas causas que não será objecto ou sujeita a perseguição e a represálias pelo poder. Liberdade em todos os sentidos e com muito ruído e confusão à mistura se entenderem. Eu, consciente, não prescindo do viver Ocidental. Da democracia. Da liberdade. 


 

3 - Eleições Europeias foram vencidas pelos neo-socialistas com uma vitória pirresca. Mas foi o suficiente para a maior manifestação de júbilo dos últimos tempos. Em 2014 aconteceu vitória idêntica. Nessas eleições, os neo-socialistas da ala esquerda fizeram chacota, enegreceram a vitória de António José Seguro. Apelidaram-na de vitória de Pirro para a desvalorizar. Dias depois, o dr. Costa, fustigado pelos socráticos e pela narrativa do poucochinho, desafiou o secretário-geral do PS para defender a liderança através de eleições directas. A ala da bancarrota de 2011 venceu a moderação de Seguro para ser derrotado, depois, nas legislativas, por Passos Coelho em 2015. O cenário montado repete-se agora. Será que alguém do partido terá coragem para desvalorizar a vitória pirresca e enfrentar o fogoso Pedro Nuno Santos? O que era antes “poucochinho”, hoje é uma grande vitória. Quem percebe isto?! 


 

4 - Os extremistas de esquerda quase que desapareciam de cena. Na Madeira, saíram da agenda. Agora seguraram-se com um. O seu fim anuncia-se. É só uma questão de tempo. O espanto é que as causas que essa gente defende são tão boas, tão boas que ninguém as quer. Nem eles próprias as querem. Os resultados medíocres assim o dizem. Ou não será?!

Armindo Oliveira

Armindo Oliveira

16 junho 2024