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Plano de Emergência e Transformação na Saúde

Em semana onde a tónica se centrou nas recentes eleições para o Parlamento Europeu e nos impactos que os seus resultados ditaram, quer no domínio nacional, quer internacional (quedas de governos, dissoluções de assembleias, quedas nas bolsas… ), tudo parece girar num turbilhão de incertezas e reconfigurações. 

Enquanto políticos e comentadores navegam as águas agitadas das mudanças, a vida quotidiana dos cidadãos continua, com as suas próprias necessidades e desafios. 

Num país onde a saúde é uma preocupação constante, as promessas e planos apresentados pelo Governo ganham um novo peso e urgência. Por conseguinte é relevante relembrar a recente publicação do "Plano de Emergência e Transformação na Saúde" cujos cinco eixos estratégicos (1- Resposta a tempo e horas; 2- Bebés e Mães em Segurança; 3- Cuidados Urgentes e Emergentes; 4- Saúde Próxima e Familiar; 5- Saúde Mental) incluem medidas específicas que visam melhorar a eficiência, a qualidade e a acessibilidade dos cuidados de saúde em Portugal.

E são estas mesmas as palavras-chave sobre as quais tem girado toda o debate e intervenção na saúde em Portugal: qualidade; eficiência e acessibilidade. 

Porquê? Porque melhorar a eficiência, qualidade e acessibilidade da saúde em Portugal é necessário, imperativo e estruturante porquanto estes conceitos são fundamentais para assegurar um sistema de saúde que verdadeiramente responda às necessidades da população. 

A eficiência porque permite maximizar os recursos disponíveis, reduzir desperdícios e acelerar o atendimento, garantindo que cada euro investido resulta no maior benefício possível para os cidadãos. 

A qualidade porque é crucial para assegurar que os cuidados prestados são seguros, eficazes e baseados nas melhores práticas e evidências científicas, resultando em melhores resultados de saúde e maior satisfação dos utentes. 

A acessibilidade porque é essencial para garantir que todos os cidadãos, independentemente da sua localização geográfica ou condição socioeconómica, tenham igual acesso aos serviços de saúde necessários. 

Juntas, estas melhorias estruturantes promovem a equidade, reduzem desigualdades sociais e de saúde, e fortalecem a confiança no Serviço Nacional de Saúde, criando uma base sólida para o desenvolvimento sustentável e a coesão social no país.

Como? Através de uma abordagem multifacetada e estratégica.

A eficiência pode ser aprimorada através da digitalização dos sistemas de saúde, otimizando a gestão de recursos e reduzindo burocracias desnecessárias. A qualidade dos cuidados de saúde depende de investimentos contínuos na formação dos profissionais, na atualização tecnológica e na melhoria das infraestruturas, garantindo que todos os cidadãos recebem atendimento de excelência. Por fim, a acessibilidade deve ser assegurada através da expansão dos serviços de saúde primários e da descentralização dos cuidados, permitindo que mesmo as comunidades mais remotas tenham acesso fácil e rápido a tratamentos médicos. 

Estes três pilares são interdependentes e essenciais para a construção de um Serviço Nacional de Saúde robusto, equitativo e sustentável, capaz de responder às necessidades presentes e futuras da população.

Quando? Sempre, mesmo enquanto as manchetes destacam os dramas políticos, nas entrelinhas a saúde tentará encontrar o seu caminho para um futuro melhor e mais justo.

Mário Peixoto

Mário Peixoto

15 junho 2024