O artigo de hoje destina-se a avaliar, com algum distanciamento, a época desportiva do SC Braga, no que à sua equipa principal diz respeito. Tentarei dividir a avaliação em duas vertentes, que se aplicam na educação, sendo uma interna e outra externa, sem necessidade de fazer qualquer exame para efeitos da segunda vertente.
Internamente, a época desportiva merece nota claramente positiva, em função da conquista da terceira Taça da Liga da história bracarense, que aconteceu na cidade de Leiria. Para esse feito valeu o primeiro lugar obtido na fase de grupos, deixando para trás o Casa Pia e o Nacional da Madeira, depois de um empate caseiro frente aos gansos e de um triunfo claro conseguido na Choupana. A fase decisiva valeu uma vitória frente ao Sporting, que atravessava uma fase fulgurante, mas a maior alegria aconteceu na final, frente ao Estoril, no desempate por grandes penalidades, num jogo em que Ricardo Horta marcou um dos golos de maior beleza da temporada.
Em relação à Taça de Portugal aconteceu uma eliminação precoce na luz, frente ao Benfica, num jogo em que os números foram cruéis com uma das boas exibições dos brácaros. Caiu ali, muito cedo, um objetivo inicial.
Em relação à liga portuguesa, o SC Braga terminou em quarto lugar e cumpriu os serviços mínimos, que na parte final chegaram a parecer ameaçados, altura em que a turbulência da saída de Artur Jorge, substituído até ao fim da época por Rui Duarte, não parece ter ajudado nada. Contudo, o apuramento para o caminho de acesso à Liga Europa foi uma realidade no final, depois de os arsenalistas terem alugado o quarto para ficarem alojados. As coisas poderiam ter acabado melhor se houvesse triunfo frente ao FC Porto na última jornada, que valia o terceiro lugar, algo que foi ferido no encontro por um mau trabalho do árbitro Nuno Almeida, que errou muito e sempre para o mesmo lado.
Externamente, o SC Braga fez um apuramento limpo para a fase de grupos da Liga dos Campeões, onde se bateu com o vencedor da competição Real Madrid, além do Nápoles (Itália) e do Union de Berlin (Alemanha). No final, o terceiro lugar encaminhou a equipa de Braga para a Liga Europa, após boas prestações nos jogos anteriores, nem sempre acompanhados por resultados positivos. Foi muito boa a experiência junto dos melhores, num grupo muito difícil.
A queda para a Liga Europa determinou um duelo inédito frente ao Qarabag (Azerbaijão), que começou pessimamente em Braga, com a derrota por 2x4 a deixar o caminho do apuramento quase sem iluminação. A segunda mão ainda permitiu ver o caminho perdido no primeiro jogo, ainda que o triunfo obtido não tivesse números suficientes a favor que invertessem a eliminatória, mesmo que isso chegasse a ser possível em algumas fases da partida. A eliminação foi um pouco surpreendente e deixou marcas negativas bem visíveis.
Assim, a avaliação global da época é positiva, analisando as prestações havidas nas diversas competições e podia ter ficado com nota de excelência se a renovação do último lugar do pódio tivesse acontecido. Agora, é altura de preparar a próxima temporada com os cuidados necessários, de modo a encontrar os trilhos do sucesso que a Legião do Minho tanto deseja.