Aquando do Congresso do PSD em Lisboa, em fevereiro de 2018, referi expressamente a necessidade de Portugal ter uma política de imigração necessária para combater primeiro o deserto demográfico português – flagelo que pode prejudica lentamente uma Nação – e em segundo lugar para combater as necessidades da nossa mão de obra.
Nesta mesma coluna voltei a debruçar-me sobre a imigração em outubro de 2018, em setembro de 2022 e em fevereiro de 2023.
Numa dessas ocasiões escrevi:
“Defendia… que Portugal, para combater o nosso inverno demográfico, os problemas graves da segurança social, bem como do emprego, necessita de saber atrair, receber e ter políticas de acolhimento de imigrantes que aqui se estabeleçam, tenham condições de permanecer, trabalhar, ter filhos, que queiram ter vontade de ser portugueses e se identifiquem com a nossa cultura e valores como Nação”.
E acrescentava:
“Penso ser claro para todos que este desiderato só se consegue com os povos dos países que tenham mais afinidade cultural com o nosso e refiro-me expressamente aos países onde se fala português. A integração dos povos desses países é muito mais fácil e comungamos valores muito mais próximos do que com países muçulmanos, hindus ou oriundos de culturas e civilizações muito distantes da nossa.
Não é preciso descobrir a roda e é só observar os graves problemas sociais e criminais que acontecem em países europeus que permitiram a entrada de povos que nunca se quiseram integrar e olham com desprezo – e muitas vezes com ódio – quem os acolheu”.
Aliás, a temática da imigração e da emigração, foram sempre centrais no discurso de Luis Montenegro, mesmo antes de ser líder do PSD, como recordei no texto de fevereiro de 2023.
O cerne da questão é que entre a ideologia e a realidade, o partido socialista e o resto da geringonça, prefere a ideologia e a consequência são os graves problemas sociais atuais.
Ouço, até estupefacto, os partidos integrantes da antiga geringonça afirmarem, com a maior convicção, que a imigração é algo de inevitável e que a Portugal nada pode fazer senão a aceitá-la.
Não, não é!
Antes de mais as entradas de um estrangeiro em qualquer país é uma prerrogativa que esse país concede a quem aqui quer entrar. Ninguém tem o direito a entrar em Portugal, mas Portugal é que tem o direito de decidir se aceita ou não a entrada.
É Portugal a decidir as regras para quem entra, visando o interesse dos portugueses em primeiríssimo lugar.
As 41 medidas anunciadas anteontem – cuja cerimónia pública de apresentação com o governo presente em peso atesta a importância que lhes dá – são equilibradas, vão de encontro à realidade nacional , salvaguarda a questão humanitária, dos refugiados e asilados, beneficia os povos que falam português, cria condições para resolver os problemas de quem já está em Portugal, torna os serviços públicos inerentes mais eficazes e eficientes e vai impedir que venham para Portugal “ resmas” de pessoas oriundas muitas das vezes de países africanos e asiáticos não se sabendo ulteriormente para onde vão, o que estão a fazer e o que farão quando os contratos acabarem.
Embora, até agora, não haja problemas de segurança decorrente da imigração, fácil é perceber que, pelas medidas do governo socialista, estavam a ser criadas condições para esse problema começar a existir e criar um vulcão social de consequências imprevisíveis.
Fácil é de perceber que havendo milhares de pessoas em situação de muita vulnerabilidade social, com muitas dificuldades em comer, vestir, dormir, trabalhar, longe dos seus amigos e conhecidos, num país que desconhecem, facilmente será criada uma situação de insegurança em Portugal que urge de todo evitar. Não é por serem imigrantes, é por serem pessoas!
António Costa dizia que governava para resolver problemas mas o bom governo é também aquele que os sabe evitar e tomar medidas para desenvolver o país.
Além de ser exigido o certificado criminal antes da emissão de qualquer visto, entendo que deveria também ser alterado o prazo de atribuição da nacionalidade. A pertença a uma Nação é um sentimento, é um valor, é algo de muito profundo e único, o que é inconcebível com o atual prazo de 5 anos para a obter. O prazo para atribuição da nacionalidade deveria ser alongado pelo menos para o triplo, com o reforço do leque de situações de igualdade com os nacionais após o decurso de determinado período de autorização da residência.
Quem realmente quer ser português saberá esperar!