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Ponto por ponto

 


 

 


 

Dizem os sapientes comentadores da praça lusa que, finalmente, o governo de Montenegro começou a governar. Bastou incrementar e publicitar duas ou três medidas de alcance nacional para destruir a narrativa montada da curta duração. E em simultâneo essas medidas desfizeram o milagre (fantasia) neo-socialista que esteve em vigor e bem martelado desde 2015.


 

1 - Com ditos tão inteligentes e demasiado atentos ao desenrolar dos acontecimentos, os tais comentadores esqueceram-se ou, melhor, quiseram branquear a governação neo-socialista do dr. Costa que, durante oito e meio longuíssimos anos, nada fez e tudo cativou. O seu famoso legado andou na baila, depois da “fuga”, para adormecer o incauto.

Fica no registo, entretanto, que muitos comentadores aplaudiam garbosamente e com bons adjectivos a destreza dialogante do dr. Costa de lidar com os extremistas de esquerda, agora desaparecidos na Madeira, elevando-os até ao paraíso do “arco da governação”; enalteciam a sua habilidade política de estabilizar a sociedade nacional com uns euritos de gorjeta; se babavam com a grande capacidade do ex-primeiro-ministro se manobrar como figura de topo nos corredores de Bruxelas para apanhar e reforçar a dádiva abençoada da “bazuca” que iria multiplicar-se por cinco. O dr. Costa, pelo seu bestial currículo é o predestinado para assumir a cadeira do Conselho Europeu. Será?!


 

2 - Com este perfil, com esta sabedoria e com estes insofismáveis dons não se entende a fragilidade em que se encontra o país. Não é aceitável que um governo em funções plenas e tão capaz deixe para o governo que se lhe segue problemas de toda a ordem. Não é aceitável!

Como ponto de ligação a esta realidade, é uma “canalhice política” o que o PS e o delfim Pedro Nuno (PN) estão a fazer ao governo da AD. Esteve PN no governo tanto tempo e deixou tudo por fazer e agora, na oposição, quer fazer o que não fez. Talvez pretenda atenuar a derrota que sofreu. Ou pior ainda: quer chatear e bloquear a governação da AD, mesmo que para isso conte com o apoio do inimigo público número um da democracia: o Chega. PN pensa que o eleitorado anda a dormir ou que passou uma esponja pelo serviço péssimo que prestou à TAP e ao país. Não passou, não. De modo nenhum, se bem se esforce para dar agora a imagem de ser um político que se moderou. Ninguém muda de comportamentos desta maneira corrida. 

Se formos realistas na análise, tomando como referência as subtis competências do famoso mediador da “geringonça”, não ficam muitas dúvidas acerca da importância primordial do seu jeito atabalhoado e precipitado de tomar decisões. Este político “fazedor” não foi diligente e audaz, durante o seu mandato no importante Ministério das Infra-estruturas. Houve até episódios tristes. Quem dá primazia aos delírios ideológicos e apregoa a todo o instante parcerias com os extremistas não pode pensar governar com eficiência um país que pertence à União Europeia. 


 

3 - O país precisa de gente nos comandos com atributos específicos para, nos momentos menos bons, dar a cara e agarrar as dificuldades com determinação, com inteligência e coragem. É o que está a acontecer com este governo da AD que tem mostrado grande capacidade de luta, não fosse o legado costista demasiado penoso para um povo que tem gramado sucessivas políticas socialistas falhadas que puseram em causa, ao longo dos tempos, a sua qualidade de vida e o seu futuro. 

Já deu para perceber que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai dar luta à confusão que a oposição quer instituir. Numa dúzia de dias, o governo já deu sinais claros que está pronto a enfrentar o “touro pelos cornos”, mesmo com o bloqueio acordado das “forças de bloqueio” .


 

4 - A imigração à balda, a extinção apressada do SEF, as condições desumanas em que vivem muitos imigrantes são pontos quentes no debate nacional. É preciso pôr termo ao caos imigratório, porque o sinal de bandalheira que se passa junto à Igreja dos Anjos ou o aumento abismal de “sem-abrigo” tem que incomodar. E não pode continuar. 

O país precisa de imigrantes para satisfazer as suas necessidades económicas, mas deve existir um quadro de exigências para os receber com dignidade e com o mínimo de conforto e de segurança. 

Armindo Oliveira

Armindo Oliveira

2 junho 2024