twitter

Para onde caminhamos nós...

Muito se tem falado de corrupção, de compadrio, de promessas que significam muita despesa, num contexto económico cujo orçamento merecerá apreciação parlamentar dentro de meses e onde o governo aposta nas “cedências” ou respostas reivindicativas de algumas classes, mesmo sabendo não terá os milhões para garantir as suas promessas. Estratégia política ou jogada eleitoral que pode influenciar a opinião pública ou mesmo por hipótese, qualquer campanha eleitoral futura. Questão simples é saber se o país tem capacidade orçamental para suportar tantos milhões distribuídos pelo atual executivo. Quem vai pagar a fatura? De repente ninguém fala nos pensionistas e reformados, da mesma forma que o setor social apesar de viver momentos dramáticos vai ficando esquecido. Todos parecem ter esquecido a realidade, isto é, o país continua pobre e endividado.

O governo, a quem compete apoiar e fiscalizar as Instituições, espera ou adia procedimentos, enquanto as instituições se endividam ou são forçadas a medidas de austeridade que podem incluir despedimentos.

Alguma instituição pode ser sustentável, quando se sucedem orçamentos negativos, ou quando os trabalhadores entendem ter direitos iguais aos dos funcionários públicos, esquecendo que trabalham numa instituição de solidariedade social? Como gerir bem uma casa, onde as despesas só com pessoal ascendem na maioria dos casos a mais a 72% do que recebem? Este texto devia ser mais ousado, porém parece evidente, o momento social económico e político não é oportuno para tal. Um conselho apenas, que todos os cidadãos com responsabilidades políticas ou sociais façam contas certas e tomem medidas, mesmo impopulares, para salvar e manter as instituições de solidariedade social, tão importantes para a comunidade. Que os políticos decidam o estado social que pretendem ter, assumindo as incumbências e responsabilidades constitucionais. É tempo de ouvir as vozes das Instituições sociais da CNIS ou da Igreja, que alertam para as consequências e gravidade da situação. Chega de políticas eleitoralistas onde os principais partidos esquecem a realidade social apesar de falarem muitas vezes dos que mais precisam. 

J. Carlos Queiroz

J. Carlos Queiroz

1 junho 2024