1 - Estaremos em condições de distinguir o Cristianismo das outras religiões e dos outros projectos de vida?
Temos a preocupação de o conhecer tal como ele nos é proposto? E de o viver tal como ele nos foi legado?
2 - D. Robert Barron divisa – e receia – a emergência de um catolicismo que «deixou que a sua cor distintiva se esbatesse para um bege», pelo que é difícil «distingui-lo das outras religiões e da cultura em geral».
Trata-se «de uma espécie de versão aguada da fé».
3 - Para o Bispo de Winona – Rochester (EUA), estamos em presença sobretudo do sintoma de um problema muito mais vasto.
É o «problema de um catolicismo que perdeu o propósito, a energia, a confiança, a cor, o carácter distinto».
4 - Acresce que «fomos nós que fizemos isto a nós próprios».
A vida passou a marcar a agenda para a Igreja, quando deveria ser o Evangelho a balizar a agenda para a vida.
5 - E, no entanto, a cultura – mesmo que não o verbalize – permanece «assombrada por Cristo».
A cultura continua a pugnar por respostas para perguntas que nem sequer consegue colocar. E que só podem ser encontradas em Cristo.
6 - Perante este cenário – que padroniza o quotidiano, pontualmente entrecortado por reconfortantes eventos –, há que recentrar tudo em Jesus, trazendo «a Sua densa textura para a frente e levando a experiência até Ele».
Sem arrogância – mas também sem medo –, é urgente anunciar que «Jesus Cristo é o centro da história e a resposta para o sentido da vida».
7 - O caminho é «tentar atrair pessoas para uma amizade».
Com efeito, «a evangelização não diz respeito a um conceito ou a uma ideia, mas à amizade que temos com Cristo, e que queremos que outras pessoas tenham também».
8 - Nem sequer podemos descartar as pessoas que nunca se preocuparam com a fé ou se afastaram decididamente dela.
São os chamados «nones», aqueles que, à partida, já não precisam de nós. Como responder a quem julga nada ter para nos perguntar?
9 - Como é óbvio, não vamos conseguir que todos os «nones» regressem ou ingressem na Igreja. Muito menos, se passarmos o tempo a reclamar e a exibir um semblante zangado.
Temos de ser «mais convidativos, encontrar coisas positivas na cultura com que nos podemos identificar».
10 - O «catolicismo bege» não é vencido com reprimendas ao mundo nem com o silenciamento da verdade de Cristo.
É fundamental criar pontes de proximidade: para conviver, escutar, propor e caminhar. Deus fará o resto!