Fraco e pobre é um país que não tem “pão” para a boca dos seus filhos. É indigno de se chamar um país desenvolvido? A notícia que ouvi na televisão, sobre sermos o país com maior emigração, o país que exporta conhecimento que tanta falta faz a Portugal, deixou-me argumentativo. Começamos por ser um povo migrante quando começou o povoamento, passamos a emigrantes com os descobrimentos e continuamos a ter um português em cada canto do mundo. Mas agora, senhores, é preciso ter vergonha de sermos quem somos. Fácil é dizê-lo, difícil é combatê-lo ou mesmo erradicá-lo. Em todas as campanhas eleitorais o tema vem à tona da água como tábua que ainda se não se afundou. Só no mundo empresarial se encontra o remédio? Então qual ou quais as razões por que não somos um país altamente industrializado? Porque não há investidores. E por que não há investidores? Porque a carga fiscal é muito alta. Pode um país como o nosso ter uma carga de impostos mais baixa? Montenegro diz que sim, mas Pedro Nuno Santos diz que não. E aqui se separam as águas quanto a investimento industrial do País. Por mim parece-me que a indústria investe onde os impostos são mais baixos. Estarei enganado? Então por que razão um país altamente industrializado como a Alemanha está em recessão, ou quase? Se produzir não resolve o lucro que cria emprego, se o comércio não tem procura para esse excesso da produção, então parece que a produção tecnológica produz mais do que as necessidades da sociedade; estará a indústria a trabalhar para a quantidade e não para a necessidade da procura?Podemos morrer de fome no meio da fartura? Mas os jovens portugueses, a quem chamam a geração mais preparada, procuram melhores vencimentos dos que poderiam auferir em Portugal. Sempre foi este o motivo da emigração. Até aqui nada que não se tenha experienciado em tempos idos e ou basta olharmos com o que se passa no mundo do futebol. Não são os melhores jogadores e ou os melhores treinadores que emigram, por dinheiro? Quem paga mais é meu patrão. É o poder do dinheiro na sua expressão soberana. Claro, é por isso que ninguém sabe resolver este problema da emigração, porque estamos perante os fatores financeiros que ditam a opção de ir para onde pagam melhor. Há outros fatores dir-me-ão os sábios. Se não é assim, então por que razão os economistas, os prémios Nobel da Economia, não encontram solução que nos permita encontrar as premissas de uma não emigração? Porque, na verdade, não há solução para a emigração porque ela não existe por devoção mas por obrigação de procura de melhor nível de vida. Por tudo isto acho hipócrita a proposta eleitoral que faz da emigração uma bandeira política. Não nos enganem mais! Mas quem acredita que fazem regressar os que estão fora e retêm os que ainda não saíram? Elaboram num erro primário porque já não há quem acredite nessa possibilidade. A bandeira que se agita, sem verdade, não passa de trapo exposto ao vento. A emigração, como fenómeno financeiro, não é uma epidemia, é uma doença crónica.