twitter

Margens da ribeira de Castro estão a ficar desflorestadas

As margens da ribeira de Castro que desce do monte do mesmo nome e segue para o rio Torto, onde desagua junto da Etar de Frossos, têm vindo a perder muitas árvores, mercê dos temporais dos últimos invernos. A situação é particularmente visível junto da Quinta Pedagógica, conforme a fotografia documenta, onde não só se regista a ação do vento, mas também a avulsão dos taludes da ribeira, que já fez tombar uma árvore e ameaça fazer tombar outras.

Havendo trilhos pedestres ao longo da ribeira, importa que a reflorestação das margens seja feita, para que os seus numerosos utentes continuem a desfrutar de sombra e para que as raízes das árvores ajudem a fixar os taludes que, em certos pontos, apresentam forte erosão. Ademais, estando a ribeira integrada no chamado Parque Norte, a sua manutenção ambiental não deve ser descurada, por razões de beleza paisagística e por necessidade de proteção do coberto arbóreo da zona, incluídas as árvores da Quinta Pedagógica, que é usado por numerosa avifauna.

Sendo a ribeira de Castro muito sujeita a grandes enxurradas, se não forem tomadas medidas no imediato, as inundações na reta do Feital podem tornar-se mais graves e constantes, porquanto o pontão que, em tempos, foi projetado não dá vazão ao caudal que flui com grande violência para o rio Torto. Em certas enchentes, a água já anda por cima dos percursos pedestres, arrastando mais e mais areia para o leito que, nalguns pontos, vai ficando assoreado. Já decorrem trabalhos de prolongamento do trilho desde a Quinta Pedagógica até ao estádio Municipal de Braga, pelo que não devem deixar de ser feitas as prometidas bacias de retenção de cheias, tal como devem ser plantadas muitas árvores ao longo de todo o percurso, para se atingirem dois objetivos já referidos: sombra para os pedestrianistas e sustentação física para os taludes das margens.

De resto, um parque sem árvores não faz sentido. Por outro lado, as bacias de retenção podem contribuir para o enriquecimento da flora da zona e para a atração de nova avifauna, que precisa de água e sítios de refúgio tanto quanto nós. A conclusão deste importante melhoramento será extremamente benéfico para as freguesias de Real e Dume, porquanto os seus moradores poderão passar a fazer as suas habituais caminhadas sem terem de utilizar a reta do Feital, que é uma via servida por passeios muito exíguos e perigosos.

De notar, contudo, que o atravessamento da reta do Feital carece de uma passadeira mais bem sinalizada e de sinais de redução da velocidade automóvel, uma vez que o trilho prossegue para a freguesia de Frossos, ainda e sempre ao longo da ribeira de Castro, trilho esse que leva os caminhantes até à Variante do Cávado. No início da zona de Frossos, os taludes da ribeira encontram-se fortemente erodidos e reclamam uma intervenção urgente para reforço das margens. A população agradece que se cuide da natureza e que se continue a melhorar os níveis da qualidade de vida.

Fernando Pinheiro

Fernando Pinheiro

26 janeiro 2024