A exposição ao frio intenso pode prejudicar a saúde e, associado à fragilidade imunitária, favorece o surgimento de doenças respiratórias, especialmente em crianças, um dos grupos mais vulneráveis.
No inverno, há um aumento de infecções, intensificadas por vírus em circulação, poluição, bem como devido à descida acentuada de temperatura e variações da mesma. É crucial promover a imunização, higiene adequada e evitar exposição excessiva ao frio para proteger as crianças.
Os vírus são altamente contagiosos, propagam-se por gotículas de saliva, espirro, tosse, secreções, contato pessoal próximo e com superfícies contaminadas. Infectam células das vias aéreas, provocando inflamação e produção de muco, resultando em sintomas como corrimento e congestão nasal, irritação na garganta, tosse e febre. Podem, ainda, surgir dores de garganta, ouvidos, cabeça e no corpo, rouquidão, perda de apetite, sonolência. Os bebés podem ficar mais rabugentos, inquietos, com choro continuo e com dificuldade em dormir ou de serem consolados.
As crianças têm, geralmente, menor atenção à higiene (partilham brinquedos e comidas), logo há maior risco de propagação dos vírus, nomeadamente em creches, escolas ou parques infantis.
Apesar de não prevenir todas as infeções respiratórias, adotar práticas simples reduz a contaminação e fortalece o sistema imunitário. Assim, é importante:
Ensinar e incentivar a criança a lavar frequentemente as mãos com água e sabão, especialmente antes do consumo de alimentos, após a ida à casa de banho e ao chegar a casa.
Limpar e desinfetar regularmente superfícies e objetos, evitar partilhar utensílios, como chupetas e produtos de higiene.
Cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar, utilizando um toalhete descartável ou o cotovelo.
Lavar frequentemente o nariz, principalmente nos bebés e crianças mais pequenas que não o sabem assoar.
Manter o ambiente bem ventilado, sem fumos, correntes de ar e a temperatura da casa entre 18º e 21ºC.
Escolher várias camadas de roupa em vez de peças grossas, evitando roupas apertadas. No frio intenso, é importante agasalhar bem, com luvas, gorro, meias, cachecol e calçado apropriado.
Manter uma dieta equilibrada, rica em vitaminas, ácido fólico e probióticos para fortalecer as defesas do organismo e uma hidratação adequada com água. No caso dos bebés, se possível, privilegiar o aleitamento materno rico em anticorpos da mãe, ajudando na imunidade.
Priorizar um bom sono para fortalecer o sistema imunitário da criança.
Evitar aglomerações e contacto próximo ensinando a importância de evitar lugares lotados e contacto próximo com pessoas doentes para reduzir o risco de contágio.
Recomenda-se a vacinação de acordo com Programa Nacional de Vacinação e suplementos, quando recomendados.
Sinais de alerta na criança:
Taquipneia (respiração rápida).
Tiragem (quando respira, observa-se afundamento da pele do tórax, geralmente, entre as costelas, por baixo destas e por baixo do pescoço).
Adejo nasal (as narinas abrem mais do que o habitual ao respirar).
Cianose (coloração azulada nos lábios, rosto ou unhas).
Pieira (som agudo ou chiado ao respirar).
Recusa alimentar.
Balanceio da cabeça (o bebé oscila a cabeça para os lados ou frente e trás).
Agitação (quando o bebé esta inconsolável mesmo ao colo).
Prostração (o bebé ou criança fica muito quieta e/ou parada, não reage aos estímulos ou demora, mais do que o habitual, a reagir).
Nestes casos ligar SNS24 e em situações mais urgentes ao 112.