Já nos habituámos a ouvir o palavreado do: “agora é que vai ser”. Palavreado proferido com mais ou menos pompa e circunstância. Com mais ou menos desplante. Mas, quando o dito é dito, nota-se que há uma intenção nítida de querer apagar qualquer rasto de insucesso. Também o passado fica enterrado das catacumbas e é esquecido para todo o sempre. O histórico assim o diz e com clareza. Não restam mesmo dúvidas. Basta pensar no buraco da bancarrota socrática. Querem-no apagar. Mas, pior, fazem questão de o endossar e de responsabilizar Passos Coelho.
1 - A verdade, é que, com o primeiro-ministro demissionário este dito atingiu níveis assoberbados e patéticos que remete sempre para o retorno à casa da partida. O que se passou de errado até agora na governação – dizem eles – nada foi connosco. Isso é assunto dos outros. E dizem-no com toda a desfaçatez. E para rematar, declaram: “Só o PS pode fazer melhor do que o PS”. Esta ideia vocalizada, histérica e inaudita tenta passar uma esponja pelo passado recente. Um passado fracassado e enrolado em práticas esconsas, de casos e de casinhos. De escândalos e de “leis malandras”, como se o PS não tivesse nada a ver com as governações anteriores. Só para se saber: Em 28 anos, 21 lhes pertence. Esta forma irresponsável e tonta de encarar e de dizer estas coisas ao povo eleitor causa apreensão e incompreensão. E o eleitor encolhe resignado os ombros.
O problema é que os neo-socialistas não fazem auto-avaliação crítica, nem se penitenciam pelos erros cometidos. Por mais asneiras que façam na governação, acham-se impunes e passam a ideia que não têm de prestar contas a ninguém. É incrível isto acontecer numa democracia europeia. Num regime que assenta os seus pilares na transparência e na ética. É claro que só procedem desta forma arrogante, porque controlam todas, mas todas, as instituições do Estado. Nenhuma instituição lhes escapa. Os seus “rapazes” estão sempre prontos e disponíveis para as tomar.
2 - Com Pedro Nuno Santos, político imberbe e demagogo e que chegou ao poleiro do Rato, a treta vai continuar e só não vai ultrapassar as marcas do seu ex, porque nunca chegará ao poder. Nem o país poderia aguentar um político deste quilate, nem o povo é tão ingénuo e tão ignorante para o colocar em São Bento. Se esta eventualidade acontecer, seria como colocar um elefante numa sala de porcelanas ou mesmo voltar à pré-história da democracia lusa. Voltar ao tempo do PREC, tempo que agora seria, certamente, mais refinado.
3 - O histórico governativo neo-socialista de oito anos consecutivos e em fim de linha, é a prova do algodão da irresponsabilidade política que despejou uma maioria absoluta sem justificação e que fala por si no tocante à criação efectiva de riqueza. Envia, ao mesmo tempo, a mensagem categórica da incapacidade do primado das políticas distributivas em detrimento das políticas produtivas. Num país com ambições, com discernimento e com futuro primeiro produz-se, investe-se, criam-se as condições necessárias e poupa-se para desenvolver sustentadamente o país. Só depois se pode passar para o patamar benigno da distribuição. Se assim fosse, não andaríamos sempre à cata das esmolas da União Europeia ou ver os outros países da antiga Cortina de Ferro a ultrapassar-nos no IDH. É triste, mas é verdade. Isto num país fabuloso! Enquanto o PS estiver à frente dos destinos dos portugueses, não sairemos do registo das propagandas, da venda de ilusões, da diabolização da “direita” e da manipulação ideológica.
Só nos resta, portanto, esperar que: “AGORA É QUE VAI SER”!