Aproximam-se as eleições a 10 de março, em que os portugueses em democracia, terão a oportunidade de escolher quem nos vai governar, com sentido direcionado para a melhor estratégia e desenvolvimento adequado, não mantendo condições cativantes e não estruturadas, que, apesar de uma maioria absoluta, não foi aproveitada para Portugal seguir o exemplo da Irlanda e de outros países europeus.
Portugal precisa de reformas a sério para garantir melhores condições de vida às nossas gerações e atrair talentos estrangeiros e não deixar sair jovens. Foi o que aconteceu na Irlanda, que durante anos foi um dos grandes exportadores de talento para todo o mundo.
Portugal não consegue aumentar a sua capacidade económica sem haver as reformas necessárias, de forma a criar oportunidades para os mais jovens e para outros profissionais.
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devia ser aproveitado como um instrumento de mudança, mas, passados oito anos, fica-se com a certeza de que não houve visão nem evolução estratégica, pois era fundamental criar uma abrangência de mobilidade internacional, independentemente de os jovens saírem à procura de melhores condições de vida.
Mas a partir do momento que Portugal altere a sua trajetória de desenvolvimento e consiga criar condições diferentes, com certeza que muitos dos jovens voltarão a regressar ao país.
A falta de capacidade para fazer reformas, situando-se nas prioridades, sinalizando-se o exemplo da habitação, em que se poderiam recuperar edifícios abandonados e construir complexos sociais, com rendas acessíveis aos jovens, aos casais em início de vida e aos imigrantes, seria uma forma de criar uma trajetória de habitação diferente para o país.
É muito importante haver um desígnio estratégico e capacidade de tomar decisões consistentes, independentemente de quem esteja a liderar o país, dando ênfase às questões de inovação e de empreendedorismo.
A liderança política exige visão a curto prazo, devidamente planeado, assim como a nível empresarial é muito importante que a classe que lidera as empresas também tenha essas preocupações, pensando no contributo para um país mais sustentável numa lógica de equidade com os seus recursos humanos e enquadrando-se no ambiente da sua inserção de trabalho, com ideias motivadoras e dando boas condições aos funcionários.
Quem vier a governar terá de ter um conceito diferente de liderança, sendo fundamental o investimento nas áreas essenciais e emergentes do país e que sejam o cerne do seu desenvolvimento económico, independentemente da região, e se tenha uma visão alargada para se acabar com a centralização, atribuindo orçamentos independentes e adequados às entidades regionais de governação.
É altura de pensar o país no seu todo, investindo em projetos fundamentais para fixar a população em localidades muito povoadas, mas que são esquecidas e onde existam políticos com sentido de visão estratégica e de investimento para as regiões, pensando em primeiro lugar no bem comum dos cidadãos residentes, fundamental para o desenvolvimento ser implementado em todo o país.