A amamentação, momento tão importante na maternidade, é frequentemente envolta em mitos que podem gerar confusão e ansiedade nas mães. Desmistificar e desconstruir estas crenças é crucial para promover uma experiência de amamentação tranquila e saudável.
- "Leite Fraco": Um dos mitos mais comuns é a ideia de que algumas mães produzem leite fraco. Na realidade, a composição do leite materno é sempre adequada às necessidades do bebé. A produção pode ser afetada por vários fatores, como a frequência das mamadas e a sucção do bebé, mas não esta relacionada com a qualidade do leite.
- “Uma mama pequena não tem capacidade de produzir leite”: O tamanho da mama não determina a capacidade de uma mãe produzir leite. Seios grandes ou pequenos não influenciam a quantidade de glândulas mamárias, que são responsáveis pela produção de leite. Mulheres com seios de diferentes tamanhos podem ter a mesma capacidade de produzir leite.
As glândulas mamárias são estruturas internas e não diretamente visíveis no tamanho externo da mama.
- "Horário Fixo para Amamentar": Muitas vezes, ouve-se a recomendação de que a amamentação deve seguir um horário rígido. No entanto, salvo indicação em contrário, a amamentação deve ser à livre demanda, ou seja, sempre que o bebé demonstrar sinais de fome.
- "Amamentar Dói": Embora seja comum sentir algum desconforto inicial durante a amamentação, a dor persistente não é normal. Muitas vezes, isso pode ser resultado de uma pega inadequada do bebé, aparecimento de fissuras ou maceração do mamilo. Procurar a orientação de um profissional de saúde ou conselheira de amamentação pode ajudar a corrigir problemas de pega e minimizar estes desconfortos.
- "Mães que Trabalham não Conseguem Amamentar": A ideia de que mães que trabalham não podem amamentar é infundada. Muitas mulheres conseguem conciliar a amamentação com a vida profissional através da extração de leite e do armazenamento adequado. A legislação em Portugal protege o direito das mães que trabalham de amamentar ou extrair leite durante o horário laboral, bem como a redução do horário enquanto é mantido o aleitamento materno.
- "Introdução Precoce de alimentos": Algumas pessoas acreditam que a introdução precoce de alimentos, como sopa ou papa, ajudará o bebé a dormir melhor. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva até aos seis meses de idade.
Cada mulher é única, e a produção de leite pode variar de uma mãe para outra. Fatores hormonais, genéticos e de saúde desempenham papéis importantes nesse processo. Comparar-se a outras mães pode criar expectativas irrealistas.
Desmistificar estas crenças é crucial para garantir que as mães se sintam confiantes e apoiadas durante a amamentação.
Consultar profissionais de saúde e procurar informações baseadas em evidências são passos fundamentais para promover uma experiência de amamentação saudável e satisfatória.