Terminado mais um ano que parecia ainda há pouco ter começado, eis que já nos encontramos na segunda semana de 2024. Um novo ano onde existem grandes questões a nível global e, internamente, preenchido por três eleições (Regionais dos Açores, Legislativas e Europeias) que, certamente, irão determinar o nosso futuro coletivo.
Há pouco mais de três meses quem se atreveria a vaticinar o cenário político que temos à frente dos nossos olhos? Quem poderia prever a queda do governo de maioria absoluta de António Costa, ou até mesmo o de José Manuel Bolieiro nos Açores?
A nível internacional os problemas e os conflitos abundam. As guerras na Ucrânia e no Médio Oriente são os mais preocupantes, contudo não podemos deixar de mencionar a tensão entre os Estados Unidos e a China e a incerteza das eleições presidenciais americanas de novembro como acontecimentos capazes de influenciar o mundo global em que vivemos.
Neste panorama, onde abundam grandes inquietações e muitas incertezas, como encarar o ano que ainda agora começou?
Cruzar os braços e esperar que o tempo traga as soluções que mais esperamos, será uma atitude inerte e não ajudará a encontrar o rumo que mais almejamos.
Manter uma postura participativa e fazer as escolhas que nos pareçam mais acertadas, será o caminho a seguir.
A nível externo devemos esperar que os nossos representantes participem em todas as iniciativas que ajudem a construir a paz e a concórdia entre os povos e cumpram os tratados e as obrigações a que Portugal está vinculado.
A nível interno, tendo em conta o ato eleitoral de 10 de março, o panorama parece agora mais clarificado.
Há apenas dois verdadeiros candidatos a primeiro-ministro, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos.
O primeiro, à frente de uma renovada Aliança Democrática que integra o PSD, o CDS/PP, o PPM e várias personalidades independentes. O segundo, liderando o Partido Socialista que esteve à frente dos destinos do país nos últimos oito anos e que, abruptamente, viu o seu governo soçobrar a uma panóplia de casos que o feriram de morte.
Não querendo menosprezar os outros partidos ou coligações, todos concordarão que o Chega, a Iniciativa Liberal, o Bloco de Esquerda, a CDU, o Livre e outras formações mais pequenas terão dificuldades redobradas em função do voto útil que certamente se irá impor.
A cerca de dois meses das eleições legislativas que irão circunscrever o futuro de Portugal e dos portugueses, é tempo de refletir e de fazer escolhas.
É tempo de escrutinar o passado recente e de perspetivar o que pretendemos para o próximo amanhã.
Um passado recente, onde as contas certas foram cabeça de cartaz muito à custa da degradação permanente de serviços públicos essenciais como a Saúde e a Educação.
Um passado recente, onde a carga fiscal não parou de subir à custa dos impostos indiretos que penalizam indiscriminadamente ricos e pobres.
Um passado recente, onde as demissões e as suspeitas enfraqueciam um governo a um ritmo nunca visto.
Um passado recente onde houve a imposição de normas para liberalizar a eutanásia ou a ideologia de gênero.
Um passado recente, onde os aspetos negativos excedem visivelmente aquilo que foram os aspetos positivos.
É tempo de perspetivar que rumo queremos seguir.
É tempo de optar e decidir.
É tempo de preservar a esperança num país mais justo que dê um combate efetivo à pobreza e às desigualdades.
É tempo de dar oportunidade a novos protagonistas e a quem quer fazer diferente e melhor.
O dia das grandes decisões é já a 10 de março. É preciso manter o alento e não se deixar seduzir por repetidas promessas ilusórias. É necessário saber ouvir quem fala claro, com realismo e com verdade. Urge que ninguém se abstenha de dar o seu contributo e vote.
Será decisivamente a melhor forma de encarar com confiança o ano que ainda agora começou.