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Os Seminários são os lançadores de sementes que frutificam a Igreja (15)

Os Seminários sabem bem das exigências de um presbítero, para além de cumprir tudo o que diz respeito à sua tarefa, própria do seu Ministério, no interior da sua Igreja, há comportamentos, como seres humanos e integrados numa comunidade exigente, fora dos espaços religiosos (eclésia) da paróquia ou de qualquer outro local, onde é necessário saber adaptar-se e saber agir.

O Papa Francisco diz que «o padre deve servir a comunidade com amor que lhe é conferido pelo Sacramento da Ordem, caso contrário não cumpre verdadeiramente o seu dever, destacando três caraterísticas: servir com amor; ser apaixonado pela Igreja e alimentar esse ministério com a oração… »

Hoje mais do que nunca, a formação nos Seminários de Braga acentua muito a vertente humana com o fundamento próprio de quem vai relacionar-se com comunidades de índole tão diversa e com exigências que o mundo atual obriga. Citando o anuário do ano letivo de 2022/2023, «…a Igreja tem necessidade de padres plenamente homens e profundamente humanos. Só um homem maduro e sereno pode executar o dom do presbiterado de maneira fecunda. Não é possível ser padre sem ser, em primeiro, um homem maduro, estruturalmente equilibrado e efetivamente estável.» Para isso, o Seminário promove encontros mensais de formação humana com os seus alunos para que haja um interiorizar desses valores humanizantes, tornando-os capazes de estabelecer «relações autênticas e pacíficas, com estabilidade emotiva e serenidade de afetos.»

Os encontros dos Seminaristas são acompanhados de um monitor que os vai fazendo refletir sobre os diversos temas apresentados, num formato de debates, com conclusões que vão sendo interiorizadas, formando-os para a sua vida presbiteral.

O casal, Catarina e Pedro Portela, no ano letivo 2022/2023, foi o responsável pelo Tempo Propedêutico que consiste numa fase de adaptação ao Seminário Conciliar, onde vão iniciar, após o Seminário Menor ou outros lugares de formação, uma nova fase. Trata-se da sua integração no grande grupo dos anos posteriores do Seminário São Pedro e São Paulo, no que concerne ao relacionamento entre eles próprios e os seus restantes colegas. Uma espécie de integração na missão a que Deus o chamou, numa forma de encarar o desafio de discernir uma vocação do serviço aos outros no celibato.»

A formadora Fabrizia Rguso orientou os alunos da Etapa do Discipulado (1.º e 2.º anos de Teologia). Estes encontros têm por objetivo uma abrangência nas dimensões de relevância de um ser humano (espiritual, cognitiva e afetiva) no sentido de os preparar, dotando-os de um desenvolvimento equilibrado nas componentes afetiva e psicológica, conhecendo-se melhor para responderem, com toda a clareza, à vocação para a qual Deus os chamou. É um período introspetivo em que cada um analisa a sua história pessoal, o seu discernimento vocacional, vinculando-se ao caminho escolhido.

Os formadores José e Isabel Figueiras orientam a Etapa da Configuração (3.º ano de Teologia) onde se debatem assuntos relacionados com afetos e sexualidade, momentos onde cada um reflete nestes valores no seu todo como um corpo indissociável do espírito, numa consonância entre o desejo e a razão, construindo-se, nestes momentos, mentes capazes de assumirem, com liberdade, o caminho do celibato.

A formadora Alzira Fernandes orientou a Etapa de Configuração (4.º ano de Teologia) que aborda a temática da obediência, levando os alunos a tomarem uma verdadeira consciência deste importante valor de toda a vida pessoal de um ser humano, tendo presente um pensamento mais profundo sobre as implicações que essa atitude evangélica tem na vida pessoal e relacional que nem sempre é fazer o que desejamos, mas atender a regras, a uma hierarquia que sempre rodeia a nossa atuação. «… O Seminarista trabalhará em si mesmo este desejo no seguimento do Senhor também em confronto com narrativas de obediência partilhadas por padres e bispos da diocese.»

A Formadora Alzira Fernandes desenvolveu, no 5.º de Teologia (também a etapa de configuração), o tema da pobreza evangélica, fazendo ver aos seminaristas a transversalidade deste tema que implica um desafio de entrega e de exemplo, seguindo o caminho de Jesus, os Seus ensinamentos “o caminho do desapego como caminho de libertação.”

O Padre Jorge Vilaça orientou a Etapa Pastoral (6.ºano) refletindo sobre o conselho evangélico da castidade. Uma foRça iluminada pela fé e pela força evangélica.

Salvador de Sousa

Salvador de Sousa

28 dezembro 2023