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Tempo de férias e de Natal

Por estes dias, as nossas casas iluminam-se, o presépio, as prendas, as ornamentações, mas especialmente a família, as crianças e os idosos que vivem intensamente o momento. Sempre felizes, é assim que devia ser o Natal, um hino à vida, à liberdade e à esperança, um Natal de afetos e de solidariedade, onde a paz e o amor ao próximo não sejam apenas palavras. Num Mundo controverso, onde o homem se agride e desrespeita, onde as perseguições e a morte fazem parte da vontade do poder, o mundo incrédulo, que assiste quase impotente, censura o terrorismo, a agressão, a destruição, mas depois pouco mais pode fazer do que esperar que o bom senso volte.

Numa leitura recente, o apóstolo São Paulo já dizia aos Tessalonicenses: "irmãos, sede sempre felizes". Estamos hoje quase forçados a ver imagens de sofrimento, de terror, de morte, pessoas inocentes que ninguém consegue defender, num mundo e tempo onde muitos acham que podem fazer quase tudo e nunca serão julgados pelos seus atos. E, na verdade, apesar da lei internacional de defesa dos direitos humanos, de respeito pelos Estados, da proibição de invasão e agressão a um outro Estado, os poderosos ignoram avisos, censura, ameaças e alimentam guerras, apesar do enorme custo humano e económico.

 Pode não haver capacidade para combater a doença e a pobreza no mundo, mas os interesses económicos, as políticas e seus interesses continuam a distribuir e a vender material bélico em vez de medicamentos e comida.

Por estes dias de convívios e festas com crianças e idosos, devemos ser felizes, mas ao mesmo tempo não esquecer o valor da liberdade e da paz, lembrando-nos dos que sofrem perseguições e agressões, dos que fogem da guerra, dos que morrem de forma cruel e injusta nos países em guerra. Tempo de férias e de Natal são momentos que se repetem e trazem recordações. Oxalá a paz volte ao mundo e o homem entenda que "Ele veio para nos salvar". A política não deve ser motivo para agressões, mas antes forma de aproximar pessoas e de solidariedade entre os povos. Será assim tão difícil viver em paz e com respeito pelos outros? Oxalá este Natal seja de convívio, de paz e amor ao próximo, ao mesmo tempo que a esperança surja como paz e amor no mundo. Que este Natal seja de amizade, afeto, amor e carinho, nas famílias e que Deus permita que os que mais sofrem tenham também um Natal de esperança.

J. Carlos Queiroz

J. Carlos Queiroz

22 dezembro 2023