A resiliência é uma qualidade que define não só indivíduos, mas também pode caracterizar comunidades e países.
Em Portugal, a resiliência tem sido testada ao longo dos tempos.
Por muitos e variados motivos.
Mas há um onde é testada diariamente e, por conseguinte, merece especial destaque: na saúde e no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O conceito de resiliência refere-se à capacidade para se enfrentar adversidades, superar obstáculos e recompor-se de situações complexas e difíceis.
Os portugueses demonstraram, de forma persistente, essa capacidade.
O SNS tem sido um pilar fundamental para garantir o acesso a cuidados de saúde, mesmo em tempos desafiadores. A dedicação dos profissionais de saúde e o apoio da população têm sido fundamentais para enfrentar dificuldades e crises. Atente-se, por exemplo, à recente pandemia Covid 19, mas também aos desafios criados com o envelhecimento da população, à crescente carga de doenças crónicas e às necessidades de adaptação a novas ameaças à saúde pública, como, por exemplo, potenciais novas pandemias.
É nesta linha, também com resiliência no nome, que surge o PRR - Plano de Recuperação e Resiliência que, para a Saúde, visa estabelecer uma resposta estratégica para fortalecer e melhorar o sistema e tem como objetivos principais o reforço da capacidade de resposta, a modernização e digitalização dos serviços de saúde, o aumento da eficiência e a melhoria dos cuidados prestados à população.
Em Portugal decorre o processo de implementação do PRR para a Saúde, que se desejaria absolutamente transformador, mas sem que, até à data, se tenha assistido quaisquer a avanços significativos.
Alvitram-se investimentos em infraestruturas hospitalares, na aquisição de equipamentos médicos avançados, em programas de formação para profissionais de saúde ou na digitalização dos serviços, no sentido de melhorar e facilitar o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde. No entanto, é crucial reconhecer o longo caminho que ainda há que percorrer e focar as atenções na correta implementação das medidas preconizadas.
Ser resiliente, neste contexto, significa não apenas ter uma atitude reativa a crises imediatas, como também adotar uma abordagem proativa para fortalecer constantemente o SNS.
Isso envolve não só investimentos financeiros, mas também estratégias de prevenção, promoção e educação para a saúde.
O compromisso contínuo com a inovação, eficiência e equidade no acesso, bem assim como a colaboração entre entidades governamentais, profissionais de saúde, investigadores e a própria população é crucial para o sucesso do PRR e para a construção de um sistema de saúde mais resiliente e sustentável.
Portugal, é sabido, tem uma longa história de superação e resiliência. Características que impulsionam a nossa capacidade de adaptação e transformação e estão intrinsecamente ligadas à evolução do sistema de saúde.
Investir na resiliência do sistema de saúde não é apenas uma necessidade, mas uma responsabilidade coletiva para garantir o bem-estar e a qualidade de vida de todos os cidadãos.
Ao canalizá-la para fortalecer o sistema de saúde, de sorriso no rosto, Portugal estará mais preparado para enfrentar os desafios que o futuro possa trazer, assegurando cuidados de saúde de qualidade para todos os Portugueses.
Assim como a alma lusitana transforma a saudade em Fado e o desafio em conquista, este Plano de Recuperação e Resiliência é a prova de que, quando se trata de superação, os Portugueses têm um 'PRR' próprio: Persistência, Resiliência e Riso para enfrentar qualquer desafio!